os ramalhetes, tão ternos e orvalhados
reunidos nas manhãs do mês de maio
perdem o viço após o segundo domingo
quando oferecidos por amor àquelas mães
que os aguam felizes nos vasos das salas
as rosas colhidas nas tardes de agosto
que tanto alegram os meus e outros olhos
ainda que regadas com lágrimas paternas de amor
perdem depois, de si, todo e qualquer frescor
o conjunto de flores das fúnebres coroas
desperdiçado, ao olhar que já nem mais está lá
resseca serenado antes do amado plantado defunto
e a pétala dos amantes, entre as folhas dos livros
guarda úmidos beijos, emurchecida, como se fala
é que flor de amor, molhada, murcha, como o falo
-- esse poema foi publicado em meu blog pessoal (https://antoniobocadelama.blogspot.com/) em 07/10/23 --