NO
Olho para o telhado do quarto...
Penso que a tristeza é mais confortável,
o sol do outro lado aquece,
mas a lua à noite ¹desmistifica.
Reduz a luz branca ao azul.
O azul é confortável. O azul não
precisa, ainda que possa machucar.
Eu viro para todos os lados
da minha mente na tentativa de achar
o que falta, ou o que possui sentido-azul.
Mas o confortável é pouco.
Eu preciso querer lutar.
Contudo, eu quero lutar!
Com tudo eu quero lutar!
Na verdade, eu quero viver..
No final do dia, é quando finalmente
nada precisa fazer sentido.
O nosso querido azul, íntimo amigo,
acena dizendo adeus, como quem
sabe que regressa logo mais.
Mas também como quem sorri mostrando
que a vida é muito, mas muito mais.
[Por isso as cores do céu só são puramente azuis no seu clímax.
Portanto, quando nascem (no amanhecer)
ou quando morrem (no pôr do sol) elas misturam outros tons –
outros significados que agregam mais beleza ao azul.
No nosso caso, agregam mais significado à existência de curto prazo.]
A sinfonia, finalmente, está completa.
¹(denúncia um erro)
- Autor: Hyun (em coreano significa: iluminado) (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 24 de setembro de 2023 13:59
- Comentário do autor sobre o poema: Esse texto foi para mim como uma forma de revelar o meu estado psíquico e de renovar essa criatura com muita alma em mim, recorrer à tristeza, mas não me despedaçar no desespero - foi terapêutico. Carrego esse no meu peito, acho que me define muito bem. Sou azul. E isso não é bom nem ruim, é apenas azul. Concluo com uma frase de uma música (moonchild) do Kim Namjoom (RM) que me cura bastante e reflete exatamente esse estado de espírito que é um ser: "Nós nascemos sob a luz do luar / Não é nenhuma fantasia / Não conseguimos respirar sob a luz do Sol / Tem que esconder seu coração / Nós nascemos para sermos tristes, tristes, tristes / Sofrer para ser feliz, feliz, feliz / Vamos lá, todos vocês filhos da Lua / É assim que deveria ser / Sim, toda essa dor, toda essa tristeza / É o nosso destino, não veem? / Sua vida e a minha foram assim / Nós temos que dançar na chuva / Dançar na dor / Tudo bem derrubar lágrimas / Mas não derrube a si mesmo / Filhos da Lua, vocês brilham / Quando a Lua nasce, é a sua hora / Os espinhos de alguém, juntados e expostos numa magnífica visão / Certamente alguém vai ver os seus espinho e se sentir consolado / Somos a vista noturna uns dos outros, a Lua uns dos outros".
- Categoria: Triste
- Visualizações: 20
- Usuários favoritos deste poema: Shmuel, Antonio Luiz
Comentários3
Cara amiga Letícia Alves! Bravo!!!
Acabei de ler essa poesia, deitada em uma rede e admirando um lindo céu azul!
Super sensíveis e delicados seus versos!
Grande abraço! Tenha um dia excelente.
Ah! Que elogio mais gostoso!
Só de imaginar a sensação de ler uma poesia deitada numa rede coberta pelo céu azul eu já fico imensamente feliz. Melhor ainda é saber que gostastes do texto e, sobretudo, sentiu-no envolta nessa atmosfera plácida e 'azulada'. A delicadeza estava no seu olhar.
Muito obrigada mesmo por essa apreciação. (Fez o meu dia) sz
Abraços de luzes, querida Menina Poética.
Teu poema tem o poder de transcender a escrita... é uma pintura onde o azul se acentua a cada pincelada. Adorei!
Abraços!
Ah, querido Shmuel muito obrigada mesmo por esse belo elogio!!
Amo as pinturas tanto quanto os poemas e fazer de um poema um quadro cheio de azul é um dos elogios mais supremos que posso receber, sinceramente. Agradeço de coração.
Abraços de luzes!!
Letícia, seu poema tem uma beleza singular e ascendi um céu por cima das minhas intuições!!!
Fico muito feliz em saber disso!!
Sempre bom se desconectar um pouco da realidade e transcender para um mundo mais azul. É gratificante saber que isso aconteceu com um texto meu lido pelo seu olhar singular.
Gratidão e um grande abraço iluminado!
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