Não... não consigo saber
dessa angústia...
Quem sabe explicar o inacessível
Condenar o não delituoso?...
Afogar-se, sendo-se exímio nadador,
Sentir ferrugem no inoxidável,
Infeliz dentro de um feliz entorno?...
Há em mim um vazio inexplicável,
Sem uma plausível causa,
Chega a simular um suicídio sem tal ser autoimposto.
Talvez um suicídio emocional...
Em estado paranoide
A pressentir tempestade em pleno azul celeste
Contrário à previsão do tempo.
Penhorado sem dívidas, sem compromissos prementes.
Carente, mas com abundância afetiva.
Ou hipocondríaco...
Enfermo sem morbidez,
Falta de ar com plenos pulmões.
Esse vazio poderia ser ausência de fé,
Certeza da incerteza
de que no além-vida há eternidade...
Incerteza de ser espírito de partícula divina,
Mas que sou finito na carne e no espirito...
E julgo que talvez eu saiba dos motivos
E necessito um confidente.
No entanto, os nego inconsciente, ou consciente...
Não o sei...
Ausência de regojizo na aurora e presença de tédio ao sol poente.
Indiferença ao esplendor florido sazonal,
Ao milagre da vida em miríades de seres jubilantes.
Falta-me algo que talvez um dia o tivera...
Um dormir e a sonhar feliz...
Estou perdido, sem resgate...
Angústia de uma saudade ignota,
que não cabe em meu soneto.
Estou só...
Eu mesmo.
Tangará da Serra,20/09/2023
- Autor: Maximiliano Skol (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 22 de setembro de 2023 17:33
- Categoria: Reflexão
- Visualizações: 9
Comentários3
Uau! Que coleção de contrastes e de preciosas antíteses para descrever esse estado interior de solitude,de solidão ancestral que todo ser inteligente detecta mas para o que UAL não há explicação ,por mais que procure fazer luzes na masmorra da inexplicável vida! Por melhor acompanhados e mais bem' 'amado que nos sintamos,não há como fugir desse estado de incompletude, a sensação de nao_ ser,nao' -saber,nao_se bastar embora se auto'_ aceitando, é o resultado dos que ainda não encontraram as respostas certas para uma mente inquisitiva e por isso inquieta e nunca satisfeita... É no que dá ser tão inteligente, não se bastar mas já se bastando...Chapéu!
Queridíssima minha Dorta, que riqueza de comentário!! Assim que publiquei esse poema, eu o tinha em pouca conta ao ponto de ter planejado reservar-me um tempo ausente do MLP. Percebi-me esgotado e incapaz de criar material poético digno a publicar. Com a sua enorme capacidade intelectual exegética, você me surpreendeu, também, com a sua bondade e terminou por incensar a minha autoestima.
Gratidão...Gratidão!!
Um abençoado fim de semana.
Beijos.
Caríssimo poeta. A Cesar o que é de César, eis a máxima que sigo! Minhas palavras a você foram a expressão da emoção que seu poema me causou e eu,em muitas ocasiões comungo com você esse nihilismo que a alma sente ,nos deixando, às vezes,impotente. Você tem o dom poético,como raros aqui no nosso MLP, além de ter conteúdo e sensibilidade no dizer. Com grande admiração e sinceridade.
Bom dia, poeta,
Que enorme prazer começar o sabado com este soberbo poema!
Ab;
A mim, prezado Nelson, neste sábado, é que tem a honra e satisfação de receber um comentário junto a seu "Bom dia."
Um abençoado fim de semana.
Fraternal abraço.
Sim, alguns sentimentos inexplicáveis e sem razão aparente, solidão ancestral, talvez. Excelente poema.
Boa noite, poeta Maximiliano Skol!
Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.