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Maximiliano Skol

CERTEZA DA INCERTEZA

Não... não consigo saber
dessa angústia...
Quem sabe explicar o inacessível
Condenar o não delituoso?...
Afogar-se, sendo-se exímio nadador,
Sentir ferrugem no inoxidável,
Infeliz  dentro de um  feliz entorno?...

Há em mim um vazio inexplicável,
Sem uma plausível causa,
Chega a simular um suicídio sem tal ser autoimposto.
Talvez um suicídio emocional...

Em  estado paranoide
A pressentir tempestade em pleno azul celeste
Contrário à previsão do tempo.
 Penhorado sem  dívidas, sem compromissos prementes.
Carente, mas com abundância afetiva.

Ou hipocondríaco...
Enfermo sem morbidez,
Falta de ar com plenos pulmões.

Esse vazio poderia ser ausência de fé,
Certeza da incerteza
de que no além-vida há eternidade...
Incerteza de ser espírito de  partícula divina,
Mas que sou finito na carne e no espirito...
E julgo que talvez eu saiba dos motivos
E necessito um confidente.
No entanto, os nego inconsciente, ou consciente...
Não o sei...

Ausência de regojizo na aurora e presença de tédio ao sol poente.
Indiferença ao esplendor florido sazonal,
Ao milagre da vida em miríades de seres jubilantes.
Falta-me algo que talvez um dia o tivera...
Um dormir e a sonhar feliz...
Estou perdido, sem resgate...
Angústia de uma saudade ignota,
que não cabe em meu  soneto.
Estou só...
Eu mesmo.

Tangará da Serra,20/09/2023