Um dia saberás a dor de um filho
O abraço apertado que se foi
A falta das bençãos dos pais
Dos conselhos e o vento do depois
Fica a saudade e a casa
A música e a alegria de outrora
A luz de saudade da aurora
O canto apertado agora vazio
O tempo, a porta e a velha chama
A comida, as fotos e os momentos
O sorriso, a renovação e o lamento
O jardim agora de pétalas caídas
A porta fechada que não abre
A gaiola agora triste e vazia
Os natais, as rezas e outros ‘ais’
Fica o vento que abraça quem ficou
E o que fica de quem não fica
O nó inda apertado que não desata
O colo sem consolo e a rede espremida
A vasta sala e na parede a cruz ansata
O pássaro passado que já não canta
Na mente tanto filme e o corpo abraçado pelo lamento
Na parede a foto da mãe santa
Na varanda o voo das asas da dor do pensamento.
Roberio Motta,
Vinte e seis de Oito de um tal de Vinte Vinte e três.
- Autor: Soldadinho do ARA-ARI-PE (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 3 de setembro de 2023 12:11
- Comentário do autor sobre o poema: Comentário de um amigo (Cícero Sousa): O leitor sensível também mergulha nesse rio de saudades, que flui do coração de um grande poeta. Também lamenta o silêncio dos pássaros e a ausência do viço nas flores do jardim esquecido. (J’aime les sentiments tristes des jardins oubliés” (Diderot). “Amo os sentimentos tristes dos jardins esquecidos”, como diz o autor francês! Foto: Rio Douro, Portugal por Roberio Motta, 2018.
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 4
- Usuários favoritos deste poema: Shmuel
Comentários2
Poema muito belo!!
Nostalgia e saudades melancólicas muito bem transpostas.
Parabéns, poeta!
Abraços.
Gratidão! É pelos nossos que somos, é pelos sonhos que vamos!
Poeta Robério Motta, este teu poema é maravilhoso!
Abraços!
Gratidão! É pelos nossos que somos, é pelos sonhos que vamos!
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