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Roberio Motta

O abraço da Casa Grande com a saudade

Um dia saberás a dor de um filho

O abraço apertado que se foi

A falta das bençãos dos pais

Dos conselhos e o vento do depois 

 

Fica a saudade e a casa

A música e a alegria de outrora

A luz de saudade da aurora

O canto apertado agora vazio

 

O tempo, a porta e a velha chama

A comida, as fotos e os momentos 

O sorriso, a renovação e o lamento 

O jardim agora de pétalas caídas 

 

A porta fechada que não abre

A gaiola agora triste e vazia

Os natais, as rezas e outros ‘ais

Fica o vento que abraça quem ficou

 

E o que fica de quem não fica

O nó inda apertado que não desata

O colo sem consolo e a rede espremida 

A vasta sala e na parede a cruz ansata

 

O pássaro passado que já não canta

Na mente tanto filme e o corpo abraçado pelo lamento

Na parede a foto da mãe santa

Na varanda o voo das asas da dor do pensamento.

 

 

Roberio Motta,

Vinte e seis de Oito de um tal de Vinte Vinte e três.