Um jardim sem palavras

Queria ir a lua para de lá poder gritar
ninguém ouvirá ou virá
apenas eu sentiria o som ecoar, minha voz falhar e a falta de ar me sufocar
tantos olhares a me olhar
gostaria de poder desmanchar como nuvem, transparente me tornar e, levemente sumir sem ninguém notar.

No silêncio eu encontrei a paz, minhas lágrimas descansam em meu rosto
Se tudo o que fiz foi em vão, por quê as palavras não saem?
Eu estendo a mão, tudo desaparece como fumaça, as flores me consolam...
Se eu olhar para teu rosto, você vai brilhar como a lua para mim?
Sufocante, afundando, dentro de mim mesmo, eu estou preso em um jardim, um jardim silencioso...que minhas palavras não saem...

Num jardim sem palavras, flores mortas caem no chão.
Cada flor é um verso apagado pelo tempo,uma frase nunca dita.
Esse silêncio enlouquecedor consome minha alma e esmaga meu coração.
Não quero fazer parte de suas duras memórias.
Quero quebrar o silêncio. Falar, gritar.
Mas como se fala num jardim onde as palavras não existem?

Num jardim sem palavras…
Não existe poesia
nem risos ou alegria.
Não existe floração
nem abelhas,
tampouco,
o canto dos passarinhos.
Só o silêncio e a solidão
habitam lá.
Aguardando a volta
dos líricos versos
do poeta para renascer
em beleza e esplendor.
(Por Lia Graccho Dutra)

Sem vozes no jardim, sem conversa
Sem nenhuma complexidade, da felicidade a formula reversa,
Só o jardim vivendo sem vida
dos sons e do poder da fala esquecida.
Não existe verso, nem estrofe
Se não existem palavras e a mente que sofre
A tortura do silencio e da renuncia do sentimento
Jardim sigo vivo, mas morto e cheio de lamento
Por palavras que não existem,
Não foram faladas, e nunca sairão daqui de dentro.
(pt. Menino e a Lua)

num jardim sem palavras
o silêncio ensurdece a alma
tão profundo, tal numa prisão
de cela com pétalas mudas no chão
em que brada, em seus ermos cantos
só e como se unissonanticamente
o eco de versos esquecidos
(Antonio Luiz)

Num jardim sem palavras
A alma silencia
Nem o caos , nem a ordem existe
Apenas o nada
Mas consigo ver o cinza e a escuridão
Num só eco de tristeza
Dos versos inexistentes.
(Neiva Dirceu - @ND)