Aviso de ausência de Chico Lino
NO
NO
OS PARDAIS
Chico
Vieram os pardais
Da Europa para conhecer
O Brasil
Vieram em bandos
Sobre o mar
Ruflando as asas
Eufóricos
Ao então rico
Casto e poético
Cambaxirras
Aqui tinham ninhos
Sanhaços deliciavam-se
Com abundantes frutos
Andorinhas, livres ao vento
Plainavam ao sol das tardes
Os pardais
Há muito estão aqui
Estabilizaram-se
Onde os sanhaços
Onde as cambaxirras
Seus castos ninhos
Onde a poesia e as andorinhas?
Jazem todos sufocados
Por pardos ais
- In Poético ou Patético, 1980
- Autor: Chico Lino (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 25 de junho de 2020 00:12
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 83
Comentários3
Adorei os versos! Detesto os onipresentes, deselegantes, desafinados pardais
Como descendente de italianos, alemães, índios e africanos e portugueses, que sou, não posso ficar em silêncio ... são muitas tendências...
Chico Lino, os pardais se adaptam, nós é que criamos essa necessidade ou condição a eles... Criamos os ais que desbotam a vida e onde apenas alguns resistem... Os pardais são um pouco da beleza que nos resta... E a poesia está aí, aqui... Mas não gosto muito dos pombos!
Abraço
Nisso tudo tem verdades... mas onde nossos aborígenes? Nesse momento queimam a Amazônia, o ninho inteiro... argh...
Essa sua metáfora é arrebatadora e cruelmente verdadeira. Aí a beleza da mensagem poética! Ainda não gosto dos pombos...
Aqui em Palmas, TO, ocorreu um caso, no mínimo, interessante: Siqueira Campos, que emancipou o Estado, é amante dos girassóis; tinha uma plantação enorme às portas do Palácio Araguaia; seu adversário, Moisés Avelino, tomou posse e o símbolo do seu governo, era uma pomba; trouxe pombos para Palmas para comer os girassóis do Siqueira; resultado, a Capital, que foi formada por várias fazendas desapropriadas, vive cheia de pombos, que você, eu e ninguém suporta... histórias...
Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.