Carestia

Leonardo Collins

A indigência da minha alma
É algo gritante, visível
Ah, quem me dera fingir
Fugir da abominação que sou
E respirar com alívio.

O demônio do eu, no espelho
Tem uma expressão cansada.
Noites inquietas, consternações
De uma mente atormentada.

Desejando o inalcançável
Sendo escravo dos prazeres
Só reforça ainda mais
Minha escassez de víveres.

No apogeu de minha extravagância
Cheguei a pensar em suicídio, confesso.

Minha miséria me mataria
Se eu não transformasse a mesma em versos.

  • Autor: Renegado (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 24 de junho de 2020 23:46
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 16
Comentários +

Comentários5

  • Chico Lino

    Bom desvendar a indigência da alma e conseguir ver esse demônio que o espelho apresenta; transformar isso em poesia é tarefa de gente grande... bem vindo... Poeta...

  • Samuel SanCastro

    Uau! Filho, você escreveu bem demais e traduziu bastante do que sinto. Parabéns!

    • Leonardo Collins

      Obrigado, compartilho dos mesmos sentimentos.

    • Meno Maia Jr.

      Os românticos da segunda geração gostavam de expressar o seu eu: decepções, demônios, melancolias e misérias e o faziam com maestria, estilística impecável. Você lembrou estes poetas, os ultra-românticos. parabéns Poeta.

      • Leonardo Collins

        Obrigado. Eles tem muita influência sobre meus versos.

      • Hébron

        Poesia que nos leva a refletir sobre nossa humanidade, da necessidade de encararmos nossas sombras e demônios...
        E vc transmitiu a ideia com muita beleza e estilo.
        Parabéns!
        Abraço

      • CORASSIS

        Escreveu com maestria!
        Estilo marcante
        Parabéns poeta
        abraço



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