e a noite me tingiu de preto os cabelos
e cobriu de escuros minha sombra
que repousava na cadeira ao lado
como não lembrar dos meus esquecidos
que no desadormecido dos sonos atrasados
sonambulam anônimos pelas quinas
------------- notívagas do quarto
as noites são compridas e vastas
no dilatar dos poemas acordados
que precedem o afugentar das estrelas
pelo cacarejar matinal dos galos
e quando a noite em mim despertar
vou vaguear por aí catando versos no chão
antes que sejam apagados pelas borrachas
dos solados apressados dos homens
[são nas noites que os poetas uivam
os gemidos espirrados nas ruas]
a poesia nunca dorme
nem os anjos
nem o ontem
nem os poetas
- Autor: joaquim cesario de mello ( Offline)
- Publicado: 12 de junho de 2023 18:18
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 8
Comentários1
Lindo! E, de dato, a poesia nunca dorme. Abraços!!
Obrigado por sua leitura, Letícia, E boas noites poeticamente insones
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