Cárcere

Hébron

 

Há paredes demais
Há muros, pedras, grades
Meu pulsar é carente de vida
A tormenta me invade
Em face da dor e da injustiça 
Quando culpado, resta-me inocência 
E, se inocente, reclusa-me culpado 
Faço rogativa à divina providência 
Nesses caminhos em que tenho errado
Não há vida sem liberdade

 

Há paredes demais
Há muros, abismo, distância 
Nesse pesar, opressiva guarida
Onde a razão em tanta ferida
A dor, a angústia, essa ânsia 
A fúria incandescente me arde
Não há vida sem liberdade

 

Há parede demais 
As fronteiras gritam num abraço 
Tantos detidos na individualidade 
Há indiferença e há descompasso
Há muros, abismos, distância 
Barreiras, paredes, e há grades
Nesse pesar, frio, fome, agonia 
Mas não há cárcere para a poesia
Qual a realidade desses versos

 

  • Autor: Hébron (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 10 de junho de 2023 21:43
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 15
Comentários +

Comentários3

  • Maria dorta

    Depois de tão belos versos...mesmo culpado,eu te tiro do cárcere. Aplausos de pé,!

    • Hébron

      Maria Dorta, obrigado! A liberdade é vida!!!
      Abraço

    • @(ND)

      Belos versos , poeta Hebron, Não há vida sem liberdade, mas há liberdade com consequências, assim é a vida! E belo versejar , quando não há cárcere para a poesia na realidade de todos os versos!
      Parabéns poeta! Belo versejar! Bom dia!

      • Hébron

        Neiva, a liberdade é um valor essencial para a vida. Mas não há prisão para o pensamento e nem para a poesia.
        Abraço, poetisa

      • Lia Graccho Dutra

        Querido poeta Hébron!

        A sua poética
        é real e factual.
        Nos convida
        a sairmos da bolha
        do individualismo
        e da indiferença
        em que vivemos.
        Aprisionados,
        segregados…
        por paredes,
        muros,
        pedras,
        grades…
        Que representam
        às prisões físicas
        ou aquelas imaginadas
        pela nossa mente.
        Mas, é preciso
        ter coragem
        para derrubar
        todos esses
        obstáculos
        e limitações…
        Nesse mister,
        precisamos,
        pensar além!
        E podemos
        utilizar
        a poesia
        como
        uma ponte
        de libertação!

        Parabéns, Hébron!
        Carinhoso abraço,
        Lia














        • Hébron

          Lia, esses versos eu fiz quando aguardava atendimento a um cliente em uma penitenciária aqui na região metropolitana de BH.
          Estava refletindo sobre o valor da liberdade... Penso que a prisão seja uma morte parcial, sem desencarne...
          Obrigado pela visita que sempre muito me alegra.
          Abraço

          • Lia Graccho Dutra

            Hébron:

            Todas as vivências
            são inspiração
            para um poeta.
            A LEF não
            funciona
            na prática.
            A realidade
            do sistema
            penitenciário
            é muito triste.
            Os que sobrevivem
            ao cárcere, poucos
            saem reabilitados
            para o convívio social.
            Ficam marginalizados,
            às vezes,
            pela própria família.
            E sem opções voltam
            à criminalidade.


            • Hébron

              Triste realidade, querida poetisa.



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