TU CACTUS, EU SAPIENS

Maria Vanda Medeiros de Araujo


Aviso de ausência de Maria Vanda Medeiros de Araujo
NO

Nascemos do mesmo solo,

Onde os raios de sol

Riscam como pincéis atômicos

E brincam de fazer mapas

Na aridez estúpida que alí se encerra.

 

Crescemos sugando os leites

Guardados como seivas de vida

Na mãe e na terra.

Que se definham,

Mas não perdem a guerra.

 

Irmãos de espécies diferentes

Iguais na força, coragem e um tanto resiliente.

Sua primavera chegou primeiro

Quando floresci, há muito tu já havia

Decorando o meu terreiro.

 

Meu olhar te venerava,

Orgulhosa da tua beleza

Teus frutos, tuas rosas, teus espinhos

Tua verde iponência

Tua magistral natureza.

 

O tempo nos afastou

E não mais te percebia,

Mas sempre que aqui voltava

Teus olhos em mim sentia

Teu cheiro em mim ficava.

 

E vamos sobrevivendo

Neste paraiso azul

Meu pé de mandacaru.

Superando as tempestades

Os invernos e estiagens.

No mesmo chão, no mesmo solo,

Tu cactus, eu sapiens

Na mesma imagem.

 

 

 

 

 

Comentários +

Comentários4

  • Carlos Lucena

    Essa é mais uma tela pintada com numa linda aquarela! Como é belo pintar telas com palavras! Me envolvi nessa poesia. Linda, muito linda! É sempre um deleite, poesias assim nos faz ouvir estrelas! Parabéns!

  • Hébron

    Muito bonito esse poema!
    Parabéns!
    Abraço

  • Maria Lucia

    Destaco esses versos :"Superando as tempestades
    Os invernos e estiagens.
    No mesmo chão, no mesmo solo", - pois, que eles dão o tom , e o tônico para o todo o poema! A poesia se sobressai lindamente deles. Beijinhos , poetisa !

  • Cecilia

    Vanda, mais um belo poema perfeito, obrigada!



Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.