Hoje foi o dia de minha morte.
Minha pequena e brilhante luz se apagou.
Ó inocente luz que se esvai.
Fatídico dia de minha morte, lenta e sufocante!
Morte de minha alma! Como saberia que este era o dia?
Por que teve de chegar tão cedo?
Pura e inocente infância.
Arrancada em um único suspiro de agonia eterna.
Por este monstro enrolado em castanho e azul.
Que doloroso dia,
Levando consigo a esperança de um futuro,
E deixando apenas uma existência vazia regada de escuridão!
No dia de minha morte abriram-se os portões fúnebres do Mundo,
Foi quando enxerguei a molestadora face da tristeza e da angustia constante,
Pairando sobre meu ser desprovido de alma.
Foi-me arrancado o pedaço mais puro e terno. E, com meus olhos enxerguei o mal.
Foi onde pude ver o ser humano em sua essência mais primitiva.
Onde a maçã do Éden fez por si o maior sentido!
Foi apenas cinco anos de alma viva! E o que sobrou? Apenas frangalhos,
De um ser entorpecido com sede e fome de sentir, por um minuto qualquer,
A pureza e a inocência daquela pobre alma morta!
- Autor: KS (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 28 de março de 2020 20:40
- Categoria: Gótico
- Visualizações: 44
- Usuários favoritos deste poema: Alberto Neto, Janderson Shady
Comentários2
Olá Karen
Achei seu poema é muito bem construído e marca esse sentimento de pesar presente no fim da infância, quando o gosto amargo da "fruta da ciência" invade nosso paladar.
Uma infância interrompida tão cedo...
Parabéns pela sensibilidade!
Obrigada pelas palavras!
Como sempre seus versos são prenhes de sabedoria, máxime neste poema abordando um tema tão constante, ainda, em nosso mundo.
Obrigada! Um tema delicado mas presente, infelizmente!
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