Balada da loucura

Harpyja

Acordei cedo, estava chovendo. Fui dormir tarde, não estou comendo.  

Buracos negros me corroendo e na minha mente um poema crescendo.

Falaram que eu escrevo com melancolia, não tenho certeza se é o que eu queria.

Eu busco nas rimas pelo que alivia, desculpa se a minha alma não tá vazia.    

Quem já teve o peso da culpa nos ombros entende a coragem que me impulsiona.  

Fiz dez canções de amor e noventa falando da dor que me joga na lona.  

Enquanto eu fujo do tempo dou o meu eu pro vento soprar forte no litoral.  

Meu vício é sentir a tristeza, eu vejo beleza em não conseguir ver tudo igual.    

Não traço metas com ponteiros, e sempre pontuo minhas falas.  

Me lembro de velhos conceitos, velhos conselhos, velhos macacos na sala.  

Procuro por frases de efeito, suspeito da vida e de estranhos que oferecem balas.   

Respeito sem pré conceitos, sabendo que a boca mais sábia é aquela que se cala.  

  • Autor: Harpyja (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 16 de junho de 2020 00:16
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 14
  • Usuários favoritos deste poema: IF
Comentários +

Comentários4

  • Lú Galvão

    Parabéns! Lindo!

  • Jakeline Isabel

    Muito bom!!!

  • Cecilia

    Seus versos, de linda cadência e sonoridade, não tem nada de loucura. Gostei muito, Harpyja.

  • Hébron

    Harpyja, seu poema é muito bom!



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