Acordei cedo, estava chovendo. Fui dormir tarde, não estou comendo.
Buracos negros me corroendo e na minha mente um poema crescendo.
Falaram que eu escrevo com melancolia, não tenho certeza se é o que eu queria.
Eu busco nas rimas pelo que alivia, desculpa se a minha alma não tá vazia.
Quem já teve o peso da culpa nos ombros entende a coragem que me impulsiona.
Fiz dez canções de amor e noventa falando da dor que me joga na lona.
Enquanto eu fujo do tempo dou o meu eu pro vento soprar forte no litoral.
Meu vício é sentir a tristeza, eu vejo beleza em não conseguir ver tudo igual.
Não traço metas com ponteiros, e sempre pontuo minhas falas.
Me lembro de velhos conceitos, velhos conselhos, velhos macacos na sala.
Procuro por frases de efeito, suspeito da vida e de estranhos que oferecem balas.
Respeito sem pré conceitos, sabendo que a boca mais sábia é aquela que se cala.