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Desigualdade nunca sai da moda
Enquanto eles se sentam a mesa,
Os outros se sentam no chão.
Não há bondade e gentileza
Onde a fome é uma opção.
Enquanto eles contam suas notas,
Os outros medem sua pobreza.
Não há suporte para almas mortas
Em que a miséria é sua grandeza.
Enquanto eles reclamam banalidades,
Os outros se calam diariamente.
Não há misericórdia nas cidades
Em que a censura é latente.
Enquanto eles matam e ganham o jogo,
Os outros morrem e perdem a frente.
Não há piedade no ciclo do lobo
Que toma tudo do cordeiro inocente.
Enquanto eles pisam em cabeças,
Os outros se queimam para sobreviver.
Não há remédio que amorteça
A dor de perdurar e não vencer.
Enquanto eles estalam os dedos e é servido,
Os outros desfalecem a seus pés sem nada.
Não há justiça em ser banido
Do recanto que já foi sua morada.
Enquanto eles entram em seus jatos,
Os outros se contentam com a vida dada.
Não há virtude em conviver com ratos
E aceitar de bom grado suas migalhas.
Enquanto eles reinarem como porcas divindades
E os outros serem nobres criaturas em escanteio,
A luta pela igualdade permanecerá em justiça e verdade
E nada calará a voz do povo que as carrega em seu seio.
- Autor: A.M.B (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 27 de março de 2020 00:45
- Comentário do autor sobre o poema: Uma revolta pessoal sobre como a desigualdade é crescente e letal, mesmo parecendo que tudo está no seu lugar, já que ninguém parece se importar com aqueles que mais merecem ser notados. Michael Jackson nunca esteve tão certo em dizer que "eles não ligam para a gente".
- Categoria: Sociopolítico
- Visualizações: 17
Comentários2
E X C E L E N T E!!!!!!!!!!! Rimas e mensagem perfeitas!
10 pra ti, poetiza!!
Muito obrigada! Ler isso de ti é um previlégio! 🙂
Mensagem passada e entrega. Seu poema ficou perfeito e muito bem esquematizado,
Vindo de uma poetisa brilhante como você isso é um incentivo! Obrigada.. de verdade Déb! 🙂
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