Pansley

PRETA

Nasci preta como o céu a noite

Cabelo solto que nem nuvem e algodão

mãos marcadas como troncos de árvore,

 

corpo farto como montanhas.

 

Nos chamaram de sem alma,

Nos tiraram a humanidade,

Nos fizeram de servos,

Nos levaram ao abate.

Dizem que não nos devem nada

Meritocracia sem equidade.

 

Copiam meus traços, meu cabelo

e me fazem odia-los  no espelho?

Você é diferente, tem traços finos

É uma nega bonita, dizem sorrindo

Sorriso máscaro de ódio, ignorância.

Olham pra mim com desconfiança

Deve ter sido ela(e), olha como anda suspeito.

Antes de responder, levo 80 tiros no meu peito.

 

Uma rima de ódio, um grito de justiça.

Olhar materno cheio de dor.

perdeu o filho pra polícia.

VIDAS PRETAS IMPORTAM , continuarei a gritar.

Vocês não vão poder me calar!!!

 

  • Autor: Pansley (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 8 de Junho de 2020 15:05
  • Comentário do autor sobre o poema: Apoiem o movimento pessoal.
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 29
  • Usuários favoritos deste poema: Caique Eduardo dos Santos, CORASSIS.

Comentários3

  • Hébron

    Pansley, a sua indignação em poesia é legítima e necessária e é também a minha. O grito é meu também.
    Não se cale, por favor!
    Abraço

    • Pansley

      Agradeço. Essa indignação é de todos nós. Abraço.

    • Cecilia

      PANSLEY. TEXTO BONITO E MUITO BEM ESCRITO.

      • Pansley

        Muito obrigada. Fico muito feliz

      • CORASSIS

        Menina,a indignação é de todos nos
        por essa rebeldia :,descomedida,desenfreada!
        Pelo amor de Deus! somos todos irmãos!!!
        Parabéns !
        Não devemos nos calar...
        Não devemos matar,agredir
        Devemos nos amar.
        Abraços

        • Pansley

          Muito revoltante, temos todos que nos unir e lutar contra esse terrorismo. Muito obrigada!



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