Letícia Alves

O brilho da cidade e a cor das silvestres rosas

Eu vejo o brilho da cidade à noite
E é tão bonita!
Não lembro das dores que esse barulho traz comigo,
Não me lembro de nada disto, amigo...
Pelo menos por hora esqueço isso.
O brilho noturno leva todos os pesadelos consigo...
Percebo as luzes artificiais que bloqueiam a visão das estrelas,
respiro e agradeço, pois há o vento para sentir.
Vejo pessoas desapercebidas da vida, dirigindo em alta velocidade,
correndo contra o tempo, ao vento, perdendo a vida, perdendo tempo.
Entendo o custo dos tempos modernos, líquidos.
Desvio o olhar e vejo um menino que brinca perto duma planta;
A sós diz muito com o seu olhar.
Há muitas almas bucólicas no meio dessa névoa de motores
de carros que veem na vida o além que está no agora,
o brilho da cidade e a cor das silvestres rosas.

Meu olhar muda para o leste. Penso que todos estamos a procura de algo.

Dos nossos ancestrais seguimos os mesmos passos.
Entretanto, seguimos com a constante dúvida
sem a sabedoria, a receita para encontrar esse "algo".
Perdidos no mundo-espaço. Brincando com o insaciável.
Para esses o menino ensina uma lição: aperceber-se.
No brilho da cidade que nunca se apaga eu espero amadurecer,
sem entorpecer o meu ser, desembrulhando-me
neste meu humilde canto, vendo as coisas bonitas
que dia após dia há para ver.



Comentários2

  • Ernane Bernardo

    Parabéns, seja bem-vinda, já favoritei sua poesia.

  • Sergio Neves

    SERGIO NEVES - ...tava eu aqui sem ter nada o que fazer,...aí vim te ler...,...eu sou meio que assim,...quando me vejo um tanto quanto naturalmente "ocioso" procuro achar logo alguma coisa "decente" que possa preencher essa minha "lacuna",...que possa vir a tirar de mim a estranha sensação de "vagabundês" que nessas horas me acomete...,...e essa espécie de "letargia" já se iniciava a querer me abraçar quando me veio à mente: -...Letícia Alves!...é isso!...taí algo de bom -prazeroso, agradável e útil, para esse meu momento...,...ler Letícia Alves! ...aí então vim ver o teu início por aqui,...o teu primeiro escrito postado...,..."de cara" logo questionei: -...será que ela já era tão "boa" assim como é agora?...será que já era verdadeiramente uma poeta? ...e não é que a menina "já nasceu feita"? ...desde os "primórdios" já mostrava a que veio...,...esse "O brilho da cidade e a cor das silvestres rosas" transmite uma sensação de singelo enlevamento pelo tanto que de "olhar poético" mostras ter pra dizer dessa tua inspiração...,...conseguiste versar essa tua visão "noturna" transformadora de "diurnas" coisas "urbanas" com bastante emotividade...,...destes uma feliz "luminosidade" às "coisas" da cidade quando nela as estrelas passam a se fazer presente...,...e tudo com uma poesia instigante e prazerosa...,...é, menina...,...já eras boa mesmo! ...muito! /// Meu carinho, asiática menina,...ops!...retificando: Meu carinho lusitana menina.

    • Letícia Alves

      Olha... que comentário SENSACIONAL.

      É um privilégio enorme, quase que absurdo para mim, ler esse seu comentário.
      Que mais-valia saber que entre tantos escritos de grandes escritores existentes você simplesmente decidiu ler os meus. (aprecio e agradeço de verdade)

      Não escrevo assim tão bem (de forma muito profunda, reflexiva e densa, mesmo que em linhas leves) desde que comecei, pois esse texto é de 2022 (com 17 anos) e comecei a escrever aos 15 (inclusive costumava ser mais em inglês, porque sempre foi uma língua na qual me expressei melhor, contudo com o passar do tempo de tanto ler os grandes poetas e escritores do Brasil fui "contaminada"... Tenho, aliás, na minha página do insta (@shapesofdaydreams) esses textos mais antigos, caso, por curiosidade, queira ler.

      Mas, enfim, adorei o apelido de "menina asiática" hahaha
      Abraços de luzes, caro Sérgio. (for real)



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