Eu preciso de sol amanhã
Para acalmar as mortes no morro
Dissecar toda infelicidade presente
E as lágrimas que clamam pelo verão
Antes que invadam o coração
A terra que rolou a sorte abaixo
Vidas foram ceifadas sem cuidados
Daqueles que receberam seus votos
A chuva é amiga do mar que ajuda
Encher oceanos para
Passagem do transatlântico
Onde os magnatas passam a desfilar
Seus caros champanhes e caviar
Para estes camaradas , super importantes
O Pacífico , parece ser o nome do amanhã
Um oceano de desigualdades
Todos precisam de calor humano
Projetos sensatos e urbanos
Engenharia e arquitetura de proteção
Corpos com adrenalina ainda vivos
O morro precisa de sol amanhã
Não escolheram morar lá
De quem é a culpa , engoliram o choro
Mãe e filhos morreram abraçados
De forma trágica, soterrados por
décadas de descaso
O que resta é ficar com as lágrimas no vácuo da desesperança
Enquanto ainda chove
E o sol não vem.
- Autor: CORASSIS (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 25 de julho de 2022 11:59
- Comentário do autor sobre o poema: Uma reflexão sobre as chuvas em Pernambuco.
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 48
Comentários2
Uma oportuna e necessária reflexão poeta! O mundo pelo avesso...quem assim o colocou ? A ignorância e a ganância humana! Modificam tudo,queimam florestas, os glaciais estão se derreter e o fogo comendo nossa azo ia...tudo para enriquecer mais os que ricos são! E o povão? Morrendo afogado ou na lama...sem ter teto nem pão. Mas sempre tem um herói que na época de eleição,sem. Nenhum interesse( acredite quem for burro!) está dando uma bolsa_ ajuda! Pobre povo. E não teajem,coitados! Nem têm força pra reclamar,imagine lutar pelo seu direito!
Boa tarde poeta Corassis. Sofrer com os que sofrem é divino. Se alegrar com os que se alegram, também o é. Eu nunca me senti um favelado ou morador de morros, porem já morei em morros e favelas. Todavia sempre tive vontade de mudar essa situação. Vi que dependia muito de mim. Então só me restava lutar por isso. E o trabalho foi e é o caminho. Mas trabalho não cai assim do céu, embora uma porta de emprego possa advir de lá. Quem quer viver só de benefícios do governo e ajudas dos outros, poderá se decepcionar mesmo. Quer um exemplo? Adão e Eva foram criados num mundo pronto e farto. Sabe oque Deus lhes deu? Ferramentas para trabalhar e cultivar a terra e viver dela. Só as ferramentas não eram suficientes. Tinha que ter vontade e ir para a luta. Nós não chegamos em nossas gerações porque nossos pais cruzaram os braços se sentido coitados esperando ajudas, ou esperando que o proximo eleito saciassem suas fomes e às de seus filhos.
Pelo menos meus patriarcas provaram o contrário. E eu tive duas opções: fazer como eles ou esperar que a vida toda caisse "maná do céu dentro das minhas panelas". Adivinhe o que escolhi?
Embora seu poema seja reflexivo sobre a chuva e suas devastaçoes, pode alguem interpretar que tudo seja culpa dos politicos e dos poderosos. Mas se houver sol muitos não aproveitam a oportunidade de mudar a situação até que a chuva aconteça de novo. Infelizmente será assim
- Abraços caro amigo. Feliz dia do escritor
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