Sonhos perdidos…

Ema Machado


Aviso de ausência de Ema Machado
NO


Sonhos perdidos…

 

Houve um tempo

Tempo de sonhos, de monstros medonhos. No olhar criança, magias e ânsias 

Trazia nos pés, o pó vermelho

Nas mãos, o sabor da fruta madura, da lida dura, revestida de esperança 

Houve um tempo, de riso raso e água límpida tirada em um poço fundo. 

De olhar sentido, das dores do mundo… tempo duro e magro

Da terra vinha o fruto, pobreza era rainha Mor, com sal e suor, tudo era por ela temperado.

Naquele tempo, a criança era inventora. Inventava aviões e barcos de papel, bonecas de pano e milho. Inventava até um céu…

Lembro do tempo de natal, sapatinhos na janela, quitandas na cozinha. Era esta, a festa principal, nenhuma outra, era de tão afoita espera. Esperava- se o Deus menino, em união com o divino. Papai Noel, era ainda magrinho…

Criança tinha seus afazeres, tinham sonhos e planos, muitas vezes em balanços e redes. 

Não havia muitas coisas prontas, mas, um mundo onde se podia ser, sem muros ou paredes.

Houve um tempo, parece ter sido ontem, 

hoje, a criança perdeu a vontade de inventar. 

Há muito o que olhar, pouco tempo para sonhar…

Ema Machado

  • Autor: Ema Machado (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 31 de maio de 2022 21:00
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 20
Comentários +

Comentários2

  • Antonio Olivio

    De fato poetiza , o sonho hoje é já vem fabricado e pronto e chama_se Internet.
    As nossas crianças estão cada vez mais cedo virando expectadores de youtubers e o conteúdo muito pobre.

    • Ema Machado

      Penso que estou muito "antiga", rs ... Obrigada por sua apreciação e sempre gentis comentários. Abraço,

    • LEIDE FREITAS

      De fato, as crianças de hoje são frutos da internet, não têm controle emocional, não aguentam uma decepção, não aceitam um não como resposta...e quando adolescentes se matam por bobagens.

      A nossa infância difícil e diferente era mais saudável nos preparou para sermos adultos de coragem e lutar pelos nossos sonhos

      Até breve, poeta Ema Machado!.

      • Ema Machado

        Gratidão, querida! Abraço,



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