bardo, velho bardo
que mares são esses
e essas rimas revoltas?
caro velho bardo
são breves pareceres
e os sinais de recoltas
claro, recolhe-me também
e os versos que me provém
são palavras alquímicas
que afiam-se sísmicas
a ilusão em bordão
a razão em refrão
inexplicável bardo
sem querer ser claro
os voos são para todos
palavras podem ser rotas
a serem decifradas
labirintos, denodos
e o valor que se afiancia
que se garante nas notas
em notas dobradas
a contemplar uma melodia
enquanto gritam compassos
e nas noites guarda-se sonhos
teço silêncios em brados
mas eu nada lhe proponho
sigo despretensioso lema
meu critério é uma fantasia
em meu suspirar de versos
e na íris dos meus poemas
meu eu lírico de todo dia
traduz muitas eternidades
e tantos deslizes remidos
e transcende os sentidos:
dentro ou fora da verdade
pode-se haver poesia
com resignação, protesto
ou desconexo e impossível
pronúncia do imponderável
conto trinta e nove e esse
pode-se haver outros versos
eu lhe trouxe aqui e peço
verse-se por onde divago
meus versos são vezes
nas linhas que enlaço
são essas rimas remansas
oceano dessas andanças
bardo, velho bardo
- Autor: Hébron (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 11 de maio de 2022 16:22
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 39
Comentários2
Parabéns amigo bardo Hebron ,
inspirado é belo !
abraços .
Muito obrigado, Corassis!
Grande abraço
Excelente poema com bastante inspiração.
Evocação ao bardo, um encanto em versos.
Boa noite, nobre poeta Hebrom
Boa noite, poetisa!
Muito obrigado, de bardo pra bardo!
Abraço
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