E quanto ao que não foi vivido
Guardo na gaveta de cartas e bilhetes
Daquele velho criado falante
Que me trás a tona os luxos que não posso pagar
Assim é a esperança dos covardes
Que jamais purgam suas culpas de nunca, nunca tentar.
Agora aquele criado parece emudecer,
Engole o choro e prende o riso
Com ar de fidalguia e cara de burguês,
Ao lado da escrivaninha imagina o que poderia ter sido.
Pobre criado, está onde queria estar
Seus pés e pernas riscaram o chão do quarto
Deixaram marcas de um casmurro incólume
Que não ousou ser mais que criado, foi só mobília vendo a vida passar.
- Autor: Samuel SanCastro (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 2 de junho de 2020 00:38
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 24
Comentários5
Samuel, gostei muito de seu ¨CRIADO¨. Parabéns!
Obrigado, querida!
Uau! Amei!
Ana, obrigado!
Quero ler mais coisas tuas!
Que honra! Publiquei mais um por causa do seu comentário, obrigada. Espero que goste! Estou amando os seus!
Muito bom, adorei o texto! Parabéns!
Obrigado, de verdade!
Parabéns Samuel, também tenho um criado desses.
Triste, né Cláudio?! Esse eu escrevi para uma “Criado” que passou na minha vida, ou eu passei pela dela (risos). Só passei, pois ela continua imóvel e eu ainda busco um novo sorriso.
O meu Samuel eu coloquei umas borrachinhas nos pés dele(dela) já não arranha o chão do meu quarto.
Uau!
E quem não tem um criado, ou uma mesa, ou uma escrivaninha cumplice dos pensares e devaneios de quem escreve ?
Talvez quem sabe , as cartas e bilhetes que guardaste na gaveta, nao se tornam os próximos poemas por aqui?
Taí, gostei muito. Inspirador. Parabéns Samuel !!
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