matheusdantas

PRIMÍCIAS PERDIDAS

Tanto discute-se os problemas neste lugar em que convivemos

Que os indivíduos se digladiam entre si

A fim de chegar,

Numa resolução convicta e cômoda.


Mas nada muda,

E essas adversidades apenas se amplificam com o tempo.

Já que há um apego aos conceitos racionais solúveis 

Ao qual não gera frutos.


Mesmo assim, tentam tratar essas feridas abertas

Com estratégias fajutas repletas de efemeridades.

Sem ter um efeito que as solucione, de fato

Caindo no fracasso no qual se sobressai a devassidão. 


Tornando-se perceptível o rumo que estamos tomando

Vivenciando um quadro notório e derradeiro

A qual deposita um crédito no decaimento,

Dos alicerces desta sociedade atual.


Que começa a ter uma exposição produtiva

Enquanto permanecemos inertes a isso.

Nos iludindo a cada instante acerca desse tema,

Pelas futilidades que consumimos 

Nas cadeias midiáticas baseadas no hedonismo compulsivo.


Talvez, a única coisa que nos salve é a prática do silêncio

Vendo tudo desmoronando ao nosso redor.

Mantendo a integridade intacta, 

Em tempos de despersonalidade. 


Valorizando a conservação da essência

O qual desperta a autenticidade

Sem ter o desespero do amanhã,

Pois ele não nos pertence. 


Visto que é apenas um sonho infundado 

Entre os pensamentos líquidos

De um dia que ainda não culminou

Ou seja, é necessário viver o agora.


Antes que seja tarde, afinal

Devemos abrir caminho para que as ações desse momento

Possam ter um rumo corrente,

Esboçando o trajeto do futuro sombrio que nos aguarda.

 

-MDantas-

  • Autor: M.Dantas (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 29 de Janeiro de 2022 12:37
  • Comentário do autor sobre o poema: Depois de um certo tempo sem escrever e também tendo uma ausência nesse recinto, resolvi regressar. Trazendo comigo, algumas impressões de observância em meio a tudo o que anda ocorrendo dentre esses dias tão caóticos ao qual vivemos.
  • Categoria: Reflexão
  • Visualizações: 20
  • Usuário favorito deste poema: Unknown_666.

Comentários3

  • Shmuel

    Retornou com amplitude poética. Nos provocando reflexões e ajustes. Cabe ao bom senso o peso justo e o equilíbrio. Assim como muitos, o poeta indica um caminho inteligente, é claro teremos que receber este texto, e pensar profundamente nos ensinamentos nele contido.
    Em tempo; concordo com a prática do silêncio, causa realmente um barulho e incômodo.
    Abraços!

    • matheusdantas

      Agradeço pelo seu comentário, Shmuel. E de certa forma, resolvi retornar pois gosto deste local já que me sinto acolhido por aqui. E sobre as suas observações acerca do que foi escrito por mim, penso da mesma maneira que a sua pessoa. Com o tempo e análise, essas palavras expressadas poeticamente por mim fazem sentido no cotidiano de quem as lê.

    • Anny

      Um texto muito reflexivo! Há muito a se fazer é verdade. Infelizmente, eu acredito que tudo passa pela cultura. Há tempo para silenciar. Como disse Jesus: há tempo para semear e tempo para colheita. Um feliz domingo, muita inspiração!

      • matheusdantas

        Fico agradecido que tenha gostado da composição, Anny. E de certa forma, há muito a se fazer mesmo.

      • Mony

        Entre pensamentos líquidos que se desfaz a cada fala, cada ato que não se concretiza.
        Vive- se de um passado e um futuro inexistentes.
        Esquecem que o Aqui e Agora é o tempo que realmente se produz.

        Amei suas reflexões em forma de poesia e o grito do silêncio que produzirá muitas possíveis mudanças.
        É! Hora de silenciar para melhor planejar!

        Riquíssimo suas colocações!!
        Abraço!!!!
        Mônica

        • matheusdantas

          Agradeço pela leitura e apreciação, Mônica. E de certa forma, o silêncio é um ótimo fator de produtividade em tempos que muito se é falado e pouco praticado.



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