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PRIMÍCIAS PERDIDAS

Tanto discute-se os problemas neste lugar em que convivemos

Que os indivíduos se digladiam entre si

A fim de chegar,

Numa resolução convicta e cômoda.


Mas nada muda,

E essas adversidades apenas se amplificam com o tempo.

Já que há um apego aos conceitos racionais solúveis 

Ao qual não gera frutos.


Mesmo assim, tentam tratar essas feridas abertas

Com estratégias fajutas repletas de efemeridades.

Sem ter um efeito que as solucione, de fato

Caindo no fracasso no qual se sobressai a devassidão. 


Tornando-se perceptível o rumo que estamos tomando

Vivenciando um quadro notório e derradeiro

A qual deposita um crédito no decaimento,

Dos alicerces desta sociedade atual.


Que começa a ter uma exposição produtiva

Enquanto permanecemos inertes a isso.

Nos iludindo a cada instante acerca desse tema,

Pelas futilidades que consumimos 

Nas cadeias midiáticas baseadas no hedonismo compulsivo.


Talvez, a única coisa que nos salve é a prática do silêncio

Vendo tudo desmoronando ao nosso redor.

Mantendo a integridade intacta, 

Em tempos de despersonalidade. 


Valorizando a conservação da essência

O qual desperta a autenticidade

Sem ter o desespero do amanhã,

Pois ele não nos pertence. 


Visto que é apenas um sonho infundado 

Entre os pensamentos líquidos

De um dia que ainda não culminou

Ou seja, é necessário viver o agora.


Antes que seja tarde, afinal

Devemos abrir caminho para que as ações desse momento

Possam ter um rumo corrente,

Esboçando o trajeto do futuro sombrio que nos aguarda.

 

-MDantas-