Um dia me sinto chuva na grande seca,
no outro uma devasta enxurrada.
Como pode alguém se afogar na própria sede?
Costumo cair em grandes promessas que resultam nas mais dolorosas dívidas,
me tornei tudo à vista e nada a longo prazo,
como pode alguém se sentir reciclado?
E se parecer contraditório o que expresso aqui,
são as duas faces do eu que gritam meu próprio nome.
Sou apoio com grandes rachaduras,
inquietude não móvel no colchão,
gelo na palma da mão em um dia ensolarado,
manifesto artístico da mais singela opressão,
são as duas faces do eu que gritam meu próprio nome.
Sou o brilho da noite e a sombra do dia,
flor e espinhos,
o choro que expressa tristeza em um dia de alegria,
Orgulho e decepção,
o martelo que vai ao dedo e o band-aid como sugestão,
as mais distintas conexões,
a perdição na busca do encontro,
e o silêncio em meio a bagunça.
Se parecer contraditório o que expresso aqui,
são as duas faces do eu que gritam meu próprio nome.
- Autor: Thamiris Zanin ( Offline)
- Publicado: 24 de outubro de 2021 20:33
- Comentário do autor sobre o poema: O poema metafórico expressa a grande dificuldade que é entender a si mesmo em um contexto de contradições sentimentais diárias. De um lado a esperança de sensações boas que gradativamente se perdem em meio ao caos opositor. A contradição desperta a confusão de alguém que, assim como o leitor procura entender o real significado dos mistérios expostos ali.
- Categoria: Não classificado
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Comentários2
Boa noite, menina.
Acho que todos temos estes momentos em que os sentimentos se contradizem, não é?
Que bom que os poetas usam-nos para belos poemas como o seu, que bom!
Meus parabéns!
Tenha uma linda noite, boa semana!
Boa noite Edla, muito obrigada pelo seu comentário.
Um grande abraço e ótima semana!
Não passamos sempre pela mesma avenida ,
nem sempre e sol no coração!
Poema, perfeito sobre o cotidiano humano, parabéns poetisa, abraço.
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