Jucklin Celestino Filho

AMARRAS

No breviario da vida,

A liberdade é tolhida 

Por regramentos e peias 

Que limita-nos 

Procedimentos e condutas.

Sou prisioneiro de mim mesmo,

Pássaro que anseia a amplidão,

Espaço livre pra voar,

Mas que preso  a batalhas irresolutas,

A gaiolas medonhas,  toscas, feias,

Se debate na prisão 

De convencialismo,

No abismo

De tantas leis,  regras,

Normas e poucos direitos 

Se não tem como pagar o preço 

Pela tão sonhada liberdade!

 

Tomo do cálice amargo e cruento ,

O fel da alma

Nesta selva de pedra

Em que habita o homem,

A pior das feras, a mais temível,

O mais crudelissimo animal 

Que nos espreita 

Pra nos cravar as afiadas 

Garras no coração.

Sem aforismos ou metáforas,

Vou tentando desfiar 

O novelo,

Sem entretanto conseguir desatar 

As amarras. 

E nessa tormenta, me perco 

No emaranhado

De pensamentos  conflituosos.

 

No dilema que me assalta a razão ,

Às  vezes penso qual

Jacques Rousseau 

O autor do Contrato Social 

Que 'o homem nasce bom, 

Honesto, a sociedade o corrompe'.

Tal assertiva dialéticamente

No tom

De amistosidade,

Precisão e eficiência,

Não se rompe.

Mas observando condutas

Do bicho-homem ,

Concorda-se em gênero,

Número e grau com Thomas Hobbes,

Na sua obra colossal 

O Leviatã.

Esse ser terrível,

0 homem ,

Ê o lobo do homem ",

A terrível  fera

Que na encruzilhada 

Da vida nos espera,

E que domina,

Destrói e escraviza

O próprio  homem 

Na ânsia  do vil metal 

Mais e mais abocanhar,

É   um ser mau por excelência. 

 

No breviario da vida,

A liberdade nos é tolhida 

Quando nos impõem 

Demasiadas regras e amarras,

Limites e freios de condutas.

 

Tomo das minhas algemas.

Não posso fugir,

Por mais que interponha estratagemas. 

Sou prisioneiro de mim mesmo,

Um recluso de convencialismos sociais,

Preso às  masmorras da sociedade 

Que impunha suas regras 

De como conviver 

Com os cidadãos 

Nas metrópoles, nos povoados, 

Nas  grandes  e pequenas cidades,

Selva de pedra que o dito ser

Humano transformou. 

Sou o pássaro  às vezes  solto, livre, 

Galgando espaços ínfinitos,

E às vezes  voltando à gaiola 

Onde o malvado dono me trancou !

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

  • Autor: Poeta (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 16 de Outubro de 2021 13:16
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 33

Comentários1

  • Nelson de Medeiros

    Boa tarde poeta.
    Excelentemente bem versada a historia.
    1 ab



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