Aviso de ausência de Ema Machado
NO
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Ilhas no mar de areia...
Constroem-se paredões
Muros frios, castelos de egos
Ilhas, nesse mar doentio
Predomina poluição insólita
Não há que se amenizar o cáustico
Ouço vagidos, entre hienas atrás de portas
Indefectíveis ecos do sistema...
Até quando, a complacência será vertida?
Se o mar se torna revolto
Toda ilha, será engolida...
De trás dos muros, plantam-se egos
Alimentados por toda sorte de vida
Cálidas, tornam-se as horas
Fome de justiça não é cerceável
É engolida...
Ouço vagidos... avultante é a fome
Quem sustenta o sistema
É a basilar prole, grãos de areia sem nomes
Alimentam-se de cactos, sobrevivência é teima
Residem no deserto, há a sede que os consome
Um dia se unirão aos ventos, serão dunas
Ou tempestade, que a tudo invade...
Ema Machado
- Autor: Ema Machado (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 13 de outubro de 2021 15:47
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 13
Comentários1
Um grito poético de protesto. Belo mas triste pela captura de nossa realidade infame! Os grãos de areias serão sugados pela tempestade e essa nova geração não terá futuro. Bravo,Ema!
É, a realidade desanima... Deus nos ajude! Gratidão, querida amiga!
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