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Ema Machado

Ilhas no mar de areia...

Ilhas no mar de areia...

 

Constroem-se paredões

Muros frios, castelos de egos

Ilhas, nesse mar doentio

Predomina poluição insólita

Não há que se amenizar o cáustico

Ouço vagidos, entre hienas atrás de portas

Indefectíveis ecos do sistema...

Até quando, a complacência será vertida?

Se o mar se torna revolto

Toda ilha, será engolida...

De trás dos muros, plantam-se egos

Alimentados por toda sorte de vida

Cálidas, tornam-se as horas

Fome de justiça não é cerceável

É engolida...

Ouço vagidos... avultante é a fome

Quem sustenta o sistema

É a basilar prole, grãos de areia sem nomes

Alimentam-se de cactos, sobrevivência é teima

Residem no deserto, há a sede que os consome

Um dia se unirão aos ventos, serão dunas

Ou tempestade, que a tudo invade...

Ema Machado