Ana Pinatti

Minhas botas pensantes

Deixei minhas botas no canto do meu quarto

Bem atrás da porta,

Onde o sol não bate e o vento nunca sopra

Não ficam muito tempo por ali

Logo o dia amanhece e a velha rotina se repete

Calço minhas botas,

Preciso apreciar um novo dia amanhecer

Ver o sorriso do sol voltar a me aquecer

Nem sempre é assim,

As vezes o sol insiste em se esconder de mim

E o vento parece não querer tocar meu rosto

Mas isso não me assusta, talvez não mais

Porque sei que se por algum motivo

Não conseguir mais alcançar o brilho do dia

Você virá para me trazer uma noturna alegria

Talvez queira me mostrar a lua e as estrelas,

Talvez queira me deixar criar uma nova história

Isso não importa, as possibilidades agora são infinitas

Esse vasto mundo se tornou pequeno

As ruas não tem fim e o corpo nunca cansa

Posso até me perder em uma ridícula dança

De repente ouço um barulho, acordo assustada

Inclino minha cabeça para o lado

Minhas botas estão lá, elas sempre estiveram

Que tristeza, quase não me atrevo a pensar

Elas nunca viram um majestoso luar

Nem mesmo a beleza de uma noite brilhante

Ou a riqueza de se ter uma mente viajante.

  • Autor: Ana Pinatti (Offline Offline)
  • Publicado: 14 de Maio de 2020 21:19
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 42
  • Usuário favorito deste poema: Samuel SanCastro.

Comentários3

  • Nelson de Medeiros

    P a r a b e n s, menina,
    Teu texto é cinco estrelas.
    1 ab

  • Marcos Galvão

    Muito bom Ana. Rica história, com certeza pode virar um livro encantador, quem sabe: MInha botas viajantes!

  • Shmuel

    Apaixonante, calçou as botas e vou como um condor pelo céu azul da poesia.



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