Já se vai o dia, manto da aurora.
Já se vai o pranto, cria da poesia.
Os vícios de ontem fogem do agora,
onde seriam postos às provas vis dos escrutínios.
A vela acesa traz ao chão um pedaço de céu.
O sol vivo da escuridão é só o mel do senão.
Se nada provam os precipícios, mais do que os abismos,
os degraus não formam escadas nas faces do papel.
A noite brinca de sombras e dissolução.
O véu, que encobre, é o mesmo que desvela.
E quando Medo e Sono lado a lado se emparelham,
as oitavas precipitam-se ao nada em contradição.
O mais grave e o mais agudo tornam-se mudos,
embalam o adulto sisudo no berço do descanso.
E quando encara da noite o umbroso manto,
no colo do Sono, o filho da treva, torna à infância.
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Este poema integra o livro: A Progênie da Noite
- Autor: Deise Zandoná Flores (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 24 de setembro de 2021 15:51
- Comentário do autor sobre o poema: O livro "A Progênie da Noite" está disponível na Amazon, Clube de Autores, demais livrarias e plataformas nos formatos impresso e e-book.
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 10
Comentários2
A noite brinca de sombras e dissolução.
O lirismo atenua os versos!
Poetize poetisa, poetize!
Siga feliz.
"os degraus não formam escadas nas faces do papel. "
os degragraus podem formar caráter, mas somente para aqueles atentos para o bem e o mau,,
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