O meu pensar mantenho só comigo...
Eu li, profusamente, e com ganância,
Bebi todo o atinar do mundo antigo
E absorvo o atual saber com muita instância,
Mas só no meu pensar encontro abrigo.
Claro que não desprezo a importância
Do atual pensador, nem o desdigo
Para evitar de expor-me à vil jactância.
Tenho o feitio de ser-me coerente:
Não consigo seguir o que outra gente
Percebe, ou se comporta em adesão.
Cogito que de início no embrião
Fui engendrado a ter certa focagem
Ao inato pensar e com vantagem.
- Autor: Maximiliano Skol (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 14 de setembro de 2021 23:41
- Comentário do autor sobre o poema: Diz-se que “elogio de si próprio é vitupério.” Somos o que lemos e o produto do meio em que vivemos. Esse soneto aceitou a permissividade da fantasia.
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 29
Comentários2
Maximiliano, gostei muito desse soneto, no qual você tão bem define um aspecto de sua personalidade. Não é auto-elogio, outros diriam que é defeito ser assim antiquado, teimoso, irredutível...Beijo.
Querida Cecília, fiquei surpreso pelo seu juízo crítico sobre o contexto do poema.
Deveras, muita arguta nas suas percepções. Ali, há conceitos dúbios e, para evitar interpretação de cunho egoístico, deixei uma nota de alerta sobre o soneto.
Agradeço seu comentário.
Um beijo.
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