Em Cabul

Hébron

 

Não demorou e aterrissei em Cabul

A barbárie já se fazia presente

Minha humana visão era humanidade

Como compreender a fé que carrega espada

E arranca o coração, sem qualquer amor

Toma-se o ânimo, alimenta-se o tumor

Armando-se em nome da paz

Amando-se o tiro, pronome sagaz

Chama-se a luz, vem a treva

Mas nem todo homem se entrega

Do céu muitos voos à liberdade

De um céu que se fez refúgio

Em voo da alma refugiada 

Não há luz no olhar, turvo prelúdio 

Mas nem toda alma compreende

Um traidor arrogante que promove a dor

Sufocando a esperança da vida em torpor

Uma justiça que se exila

Um suspiro que asfixia

Enquanto reverbera a oração em nome do rancor

E a fome cruel que se apodera

Servindo à violência vil e insana

Com gosto de sangue e cheiro de morte

No pó indiferente a quem o pisa

Ao brado da brutalidade inumana

Que ainda se calará em derrocada

 

  • Autor: Hébron (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 24 de agosto de 2021 07:35
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 24
Comentários +

Comentários2

  • Nelson de Medeiros

    pô, cara...
    Que poema!!! Para se ler sempre!
    10 prati poeta.

    1 ab

    • Hébron

      Meu amigo, muito obrigado!
      Grande abraço!

    • Helio Valim

      Parabéns, Hébron. Profunda crônica poética, retratando uma realidade cruel. Um abraço

      • Hébron

        Muito obrigado, caríssimo Helio!
        A poesia é flor que brota em qualquer solo...
        Grande abraço



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