Hébron

Em Cabul

 

Não demorou e aterrissei em Cabul

A barbárie já se fazia presente

Minha humana visão era humanidade

Como compreender a fé que carrega espada

E arranca o coração, sem qualquer amor

Toma-se o ânimo, alimenta-se o tumor

Armando-se em nome da paz

Amando-se o tiro, pronome sagaz

Chama-se a luz, vem a treva

Mas nem todo homem se entrega

Do céu muitos voos à liberdade

De um céu que se fez refúgio

Em voo da alma refugiada 

Não há luz no olhar, turvo prelúdio 

Mas nem toda alma compreende

Um traidor arrogante que promove a dor

Sufocando a esperança da vida em torpor

Uma justiça que se exila

Um suspiro que asfixia

Enquanto reverbera a oração em nome do rancor

E a fome cruel que se apodera

Servindo à violência vil e insana

Com gosto de sangue e cheiro de morte

No pó indiferente a quem o pisa

Ao brado da brutalidade inumana

Que ainda se calará em derrocada