Não demorou e aterrissei em Cabul
A barbárie já se fazia presente
Minha humana visão era humanidade
Como compreender a fé que carrega espada
E arranca o coração, sem qualquer amor
Toma-se o ânimo, alimenta-se o tumor
Armando-se em nome da paz
Amando-se o tiro, pronome sagaz
Chama-se a luz, vem a treva
Mas nem todo homem se entrega
Do céu muitos voos à liberdade
De um céu que se fez refúgio
Em voo da alma refugiada
Não há luz no olhar, turvo prelúdio
Mas nem toda alma compreende
Um traidor arrogante que promove a dor
Sufocando a esperança da vida em torpor
Uma justiça que se exila
Um suspiro que asfixia
Enquanto reverbera a oração em nome do rancor
E a fome cruel que se apodera
Servindo à violência vil e insana
Com gosto de sangue e cheiro de morte
No pó indiferente a quem o pisa
Ao brado da brutalidade inumana
Que ainda se calará em derrocada