Mergulhando a cabeça na pia,
De olhos fechados, aguardo terminar o dia.
Quem precisa respirar?
A falta de oxigênio não me permite pensar
Nem na possível resposta, ou no problema
O qual, parado a porta, aguarda-me ecoando o dilema
Que eu quero tanto, mais tanto, esquecer!
Afundando a cabeça na pia, eu poderia...
Meus gritos de desespero são bolhas inaudíveis.
O ralo poderia me sugar ou qualquer outra destas coisas impossíveis.
Toparia um pacto esdrúxulo para, daqui, não sair.
Mas, não importa, eu tenho que ir.
Quando levanto, dois minutos e dezesseis segundos se passaram
Exibo o meu melhor sorriso, aquele de solo arado.
Que, com empenho, ferros e animais puxaram
Dói pensar que o meu rosto enxugará.
Pois, pelo menos, molhada.
As lágrimas podem ficar por lá.
Fitando o espelho, questiono-me o porquê de estar aqui.
Mas, batendo a porta, o meu problema apressa.
Agora, nada importa, eu só devo ir.
- Autor: Sirukyps ( Offline)
- Publicado: 22 de agosto de 2021 01:46
- Categoria: Surrealista
- Visualizações: 13
Comentários2
Bom dia poeta.
Realmente é surrealista o teu poema.
Mas, osversos estão muito bem colocados.
1 ab
Uma tentativa de fuga?
Muito bons os versos, gostei.
Meu abraço.
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