Ainda me ponho a pensar: sobre os ventos que sopraram a favor
Nas tardes ensolaradas das praças da primeira cidade
Até mesmo naqueles que ficaram na rua da boa infância
O rosto refletido no espelho convidava a juventude a desafiar o tempo
As manhãs tinham um sol p'ra cada um, sim, um sol p'ra cada um!
Pelas calçadas os pés levavam a vontade de conhecer d'um audaz aprendiz
A pele tinha tonicidade de casca verde guardando a polpa à ser madurada
As novidades traziam ânimo p'ra ver a lua sobre a neblina da madrugada fria
O subir na colina se molhando com a chuva p'ra ir buscar a flor
Então nestes raros pensares reflito o fato e constato
Sabendo compreender a natureza da vida, mesmo assim me faço a pergunta:
Que vento é este que soprou a favor batendo em minhas costas levando-me ao futuro de prazeres?
Que vento vem a ser este que me empurra para o precipicio distanciando-me do começo e aproximando-me do fim?
Sim! Acreditava que ao entrar na velhice, deixaria a juventude, mas nao!
Entro nela completo como um eqüino pronto a ser montado e com cela p'ra levar bagagens
Juvenil, amadurecido e envelhecendo simultaneamente, prossigo surpreso, mas ainda aprendendo a viver
Certo e sabido é, que o mesmo vento que soprou p'ra viver a vida, também sopra a vida em rota de colisão com a morte.
Cláudio Reis
- Autor: Claudio Reis ( Offline)
- Publicado: 29 de julho de 2021 14:53
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 15
Comentários1
E que belo Poema de boas lembranças, de texturas, de prazeres e sensações que não conhecem o tempo e o espaço e que compõem os sabores de nossa alma.
Caro poeta Edson Ovídio;,
Aprecio sempre suas criações aqui no MLP, as quais muito me tocam!
Te-lo apreciando uma criação minha também, muito me alegra!
Abraços.
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