edson ovidio

EUS

Meus pés não tocam o agora

Do espelho um estranho mira            

Quando me vejo a mim agora

O medo que de mim transpira

Assusta-me o que vai lá fora

A que destino o temor conspira

No ontem, outro Eu se ancora

O nada é o que mais me inspira

 

Sussurra o futuro no contravento

Murmúrios de um bom plantio 

Sementes voam e vão embora

Vu-uu-uu!

Sopra sibilante vento

Feroz, arrasta , destrói  o plantio

O tempo voraz, sua fome, seu cio

Revolvendo o passado agourento

Calando o meu mais breve cicio

 

Meus olhos seguem o passado

No ontem Minh ‘alma se rende

Numa leira meu Eu se aporta

Lá atrás o tempo me prende

Quantos Eus estão ancorados

No tempo perdido por fim

Quão muito os tenho buscado

Pedaços perdidos de mim

  • Autor: Ovídio (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 28 de Julho de 2021 09:51
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 14

Comentários3

  • CORASSIS

    Bela reflexão , parabéns amigo poeta
    abraço.

    • edson ovidio

      obrigado pela leitura amigo ! abraços.

    • Altofe

      Cadência rítmica e arranjo de rimas bem elaborado e ainda com uma onomatopeia oportunamente utilizada. Parabéns estimado poeta. Abs.

      • edson ovidio

        Muito obrigado amigo Poeta!!

      • Shmuel

        ..."Quantos Eus estão ancorados
        No tempo perdido por fim
        Quão muito os tenho buscado
        Pedaços perdidos de mim"...

        Poema feito com muito zelo e de uma inspiração ímpar.
        Chapéu, poeta!

        • edson ovidio

          Muito Obrigado pela leitura, meu caro Poeta!



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