Meus pés não tocam o agora
Do espelho um estranho mira
Quando me vejo a mim agora
O medo que de mim transpira
Assusta-me o que vai lá fora
A que destino o temor conspira
No ontem, outro Eu se ancora
O nada é o que mais me inspira
Sussurra o futuro no contravento
Murmúrios de um bom plantio
Sementes voam e vão embora
Vu-uu-uu!
Sopra sibilante vento
Feroz, arrasta , destrói o plantio
O tempo voraz, sua fome, seu cio
Revolvendo o passado agourento
Calando o meu mais breve cicio
Meus olhos seguem o passado
No ontem Minh ‘alma se rende
Numa leira meu Eu se aporta
Lá atrás o tempo me prende
Quantos Eus estão ancorados
No tempo perdido por fim
Quão muito os tenho buscado
Pedaços perdidos de mim
- Autor: Ovídio (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 28 de julho de 2021 09:51
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 14
Comentários3
Bela reflexão , parabéns amigo poeta
abraço.
obrigado pela leitura amigo ! abraços.
Cadência rítmica e arranjo de rimas bem elaborado e ainda com uma onomatopeia oportunamente utilizada. Parabéns estimado poeta. Abs.
Muito obrigado amigo Poeta!!
..."Quantos Eus estão ancorados
No tempo perdido por fim
Quão muito os tenho buscado
Pedaços perdidos de mim"...
Poema feito com muito zelo e de uma inspiração ímpar.
Chapéu, poeta!
Muito Obrigado pela leitura, meu caro Poeta!
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