Eu queria te levar
Mas te deixo em meu quarto
Prendo teu livre andar
Pois já estou eu tão farto.
De ver-te tão aflita
Fria, calculista e a gritar
Espero um dia estar solícita
A esta atroz ferida debelar
Esta que em ti tem habitado
E que se nega a evadir
Para impedir que em um abraço
Pudesses a paz por fim sentir.
Busquei deveras intrepidez
A fim deste torvo lanho cerzir
Que no espelho, com limpidez
O sorriso de teus lábios refletir.
Fique em meu esconderijo
Sossegue o teu espírito, e hei
De oferecer-te alento, sólido abrigo
Prometo que de ti as úlceras sararei.
Você recusou-se a dizer
Quem ou qual seria a circunstância
De tantas chagas em teu ser
Que te encheram de arrogância.
Mas disse-me: "Muito obrigada"
E quase choro de emoção:
"Jamais deixe, minha amada
Que te dilacerem o coração".
- Autor: (In)mimesis (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 15 de julho de 2021 00:15
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 31
Comentários1
Bravo! Quanta riqueza cabe em sua poesia. Gosto do zelo com que trata a Última Flor do Lacio.
Beijos poéticos!
Obrigada por sempre se fazer presente em minhas publicações. E por citar Olavo Bilac. Nossa \\\"Última flor do Lácio, inculta e bela\\\" carece de homenagens e homenagens, teus escritos carregam tais bondades. Abraços!
Bacana, amo Bilac.
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