Cristh

Alma (des)atada

Eu queria te levar
Mas te deixo em meu quarto
Prendo teu livre andar
Pois já estou eu tão farto.

De ver-te tão aflita
Fria, calculista e a gritar
Espero um dia estar solícita
A esta atroz ferida debelar

Esta que em ti tem habitado
E que se nega a evadir
Para impedir que em um abraço 
Pudesses a paz por fim sentir. 

Busquei deveras intrepidez
A fim deste torvo lanho cerzir
Que no espelho, com limpidez 
O sorriso de teus lábios refletir.

Fique em meu esconderijo 
Sossegue o teu espírito, e hei
De oferecer-te alento, sólido abrigo
Prometo que de ti as úlceras sararei.

Você recusou-se a dizer
Quem ou qual seria a circunstância 
De tantas chagas em teu ser
Que te encheram de arrogância. 

Mas disse-me: \"Muito obrigada\"
E quase choro de emoção:
\"Jamais deixe, minha amada
Que te dilacerem o coração\".