PÁSSARO DESCALÇO

Vlad Paganini



PÁSSARO DESCALÇO

 

Libertei o teu pássaro

Que vivia engaiolado no meu coração

E dentro do meu peito

 

Entreguei tuas asas ao vento

O teu peito no brilhar do sol

E em teu coração levou o toque dos lábios

Do nosso primeiro beijo

 

Te libertei pra viver nessa tua ilusão

Nessa viagem

Nos teus segredos e mistérios

A descobrir a tua verdadeira paisagem

Aprender a enfrentar a vida com coragem

 

Guardo aqui dentro do meu peito

A saudade do teu pássaro engaiolado

Que libertava tuas asas na minha cama

O voar de tuas asas no meu pelo, cheiro de mato

Voando no meu corpo que te completava largo

Enfrentando chuvas e te derrubando lago

 

Chovendo agora cada vez mais garoa

Chove dentro de mim

Uma saudade miudinha

Mas de tal imensidão quando sinto

O voar do teu pássaro

E do toque da tua pele na minha

 

Saudade da tua chuva, chuva boa

Que abraçava meu céu

Com sorriso encharcado de tanto orvalho

De tanto mar e de tanta chuva!

 

Espero o teu voar, a tua volta

O teu pássaro descalço

Das tuas asas cansadas

A enfrentar tempestades de vento

Pousar agora em terra firme

Retornar em meus rebentos

Cheiro dos tempos

 

Tempo de pousar em meu corpo

Com sabor de terra úmida

Desabar entre minhas coxas

O teu sereno

O teu aroma em gotas de orvalho

E embriagar toda a tua sede

Em meus toneis de carvalho

'Vlad Paganini'

Todos os direitos autorais reservados

 

'Nesse teu voar e em todo esse teu tempo

Sobrevoastes em todos os mais poéticos lugares

E com a dor da tua saudade 

Bate tuas asas a regressar em tua morada

Arranhando os céus de todas as cores  

A pousar descalço

Onde o seu coração sempre desejou:

No Amor e em todo seu passado

A curar todas as suas feridas e suas dores'

Vlad Paganini

  • Autor: Vlad Paganini (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 21 de maio de 2021 14:49
  • Categoria: Amor
  • Visualizações: 12
Comentários +

Comentários1

  • Nelson de Medeiros

    Excelente como sempre poeta.
    1 ab

    • Vlad Paganini

      Gratidão amigo poeta Nelson de Medeiros, é como diz o ditado: o bom filho a casa torna. porque não há nada que possa preencher o amor como um aconchego, o amparo, quando o homem reconhece que é no seu lar a importância de que amar e viver é o ingrediente mais importante. abraços meu amigo.



    Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.