Éramos dois pardais inseparáveis
Nalgum ninho em que o tempo nos unira;
Tocavas o alaúde e eu a lira;
Como dois bardos loucos... indomáveis.
Mas o tempo, em conluio com meu fado,
Tramou pra que eu sofresse aqui sozinho.
E aquele afável, doce e brando ninho
Foi, co'uma baforada, derrubado!
E com lágrimas gélidas, dessarte
Meu coração ficou sem uma parte
E, meu destino, solitário e bruto.
Ouço teu choro no ranger das portas,
Nessas memórias tristes, sempre mortas
E no cantar dos pássaros te escuto.
- Autor: Qorujo (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 11 de maio de 2021 03:01
- Categoria: Triste
- Visualizações: 21
Comentários2
Belíssimo poema! Bem metafórico!
Danilo, maravilha de soneto! Os pardais sempre juntos, um dia , se separaram. Bonito e triste ao mesmo tempo.Quantos pardais não perderam sua pardoca...!
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