Danilo C. Bussolar

Tantálica Lufada

Éramos dois pardais inseparáveis
Nalgum ninho em que o tempo nos unira;
Tocavas o alaúde e eu a lira;
Como dois bardos loucos... indomáveis.

Mas o tempo, em conluio com meu fado,
Tramou pra que eu sofresse aqui sozinho.
E aquele afável, doce e brando ninho
Foi, co'uma baforada, derrubado!

E com lágrimas gélidas, dessarte
Meu coração ficou sem uma parte
E, meu destino, solitário e bruto.

Ouço teu choro no ranger das portas,
Nessas memórias tristes, sempre mortas
E no cantar dos pássaros te escuto.

  • Autor: Qorujo (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 11 de Maio de 2021 03:01
  • Categoria: Triste
  • Visualizações: 21

Comentários2

  • -RISCO-

    Belíssimo poema! Bem metafórico!

  • Jucklin Celestino Filho

    Danilo, maravilha de soneto! Os pardais sempre juntos, um dia , se separaram. Bonito e triste ao mesmo tempo.Quantos pardais não perderam sua pardoca...!



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