Se eu não vomitar esse sangue.
Esse lamacento mangue.
Dentro de mim represado.
Eu morro antes da hora.
Sem ter a minha desforra.
Bem antes do combinado.
Empanzinado pela sanha.
Que encharca minhas entranhas.
Esse dilúvio de mágoas.
Que me afogam sem clemência.
Me lavando a consciência.
Multiplicando minhas chagas.
Por isso mesmo que eu conclamo.
Nesse réquiem profano.
Nesse mantra desgraçado.
Toda sorte de terrores.
Os mais pobres perdedores.
A estarem do meu lado.
Se eu não vomitar eu morro.
Ninguém vem ao meu socorro.
Fazer parte desse horror.
Nesse reino desigual.
Jaz o bem, floresce o mal.
Impera a eterna dor.
- Autor: Victor Severo ( Offline)
- Publicado: 30 de abril de 2021 16:46
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 40
Comentários4
Bravo, poeta!
Muito bom, forte, ritmado, bom de se ler e carregado de indignação em mensagem bem escrita.
Abraço, meu amigo
Sempre grato caro Hébron, um forte abraço.
Tua indignação é a de muitos nesta Nação. Mas poucos tem a arte poética, e a erudição reveladas pelo poeta! Aplausos!
Sempre grato cara Maria Dorta.
BRAVO POETA! POESIA INTELIGENTE E DE RIQUÍSSIMA SUBJETIVIDADE. UM ABRAÇO!
Muito grato meu caro, um abraço.
Muito bom, bonito, bem feito, original , forte. Parabéns!!!
Grato pela leitura, obrigado pelas palavras.
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