Rinocerontes, seres teimosos,
provocados ou não, sem razão,
passam de tranquilos a agressivos.
Isolados, não buscam a união.
Na cidade de Ionesco, habitantes
transformam-se em rinocerontes
e isso é normalizado por todos,
apenas uma voz destoa-se no caos.
Como em “O rinoceronte” de Ionesco
inconsequentes vivemos e, passivamente,
aceitamos tal manada de incompetentes.
Governo de rinocerontes, sem noção,
caquistocracia apoderando-se da nação.
Não podemos nos calar, temos que destoar.
- Autor: Helio Valim (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 28 de março de 2021 18:04
- Comentário do autor sobre o poema: “O rinoceronte”, peça de Eugène Ionesco, aborda a capacidade do totalitarismo em conquistar as mentes “distraídas”. A peça, que faz parte do “Teatro do Absurdo”, apresenta a transformação de toda a população de uma cidade, exceto um habitante, em rinoceronte. Os rinocerontes preferem vagar isolados. Passam, intempestivamente, da tranquilidade para a agressividade, sendo demasiadamente teimosos. As vezes teimam que governam e constituem uma caquistocracia ou kakistocracia que é o sistema de governo formado por “líderes”, escolhidos entre os cidadãos menos qualificados.
- Categoria: sociopolitico
- Visualizações: 19
Comentários2
Critica sutil,com embasamento correto,em um cl'as'sico da Literatura. Tiro ao alvo,poeta! Aplauso!
Obrigado, Maria Dorta. Inspirado em uma metáfora de Ionesco, bem adequada ao momento atual. Um abraço.
Sempre esbanjanto talento na visão, na cultura e nas escritas.
um grande abraço
Obrigado, Claudia. Comentário generoso. Um abraço.
Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.