TU, TU,TU, KÁ, KÁ, KÁ

Elfrans Silva

 

             TU TU TU KÁ KÁ KÁ

Postei a ficha na fenda do aparelho!
Pareceu que ele não entendia a pressa
Forcei a entrada em um gesto banal.
Notei que a sua cor não era vermelho
Portanto, que a ficha não seria essa
E eu pretendia uma discagem local

Corri procurar por um outro orelhão
Disseram pra andar pela localidade
Os que encontrei tinham depredação
O dia passava e eu estava estressado
Nas cores azuis achei em quantidade
Que liga pra fora, mas não era dublado

Lá pelas tantas quase de madrugada
Achei um vermelho, mas infelizmente,
A fila grande dobrava o quarteirão
Era tanta saudade que tinha da amada
Eu quis esperar, mesmo impaciente,
Com fome e sono e três fichas na mão

Horas depois, só um homem á frente
Os que ligavam esperavam do lado
O cara discou, discou, iniciou um rebu
Juntei-me à eles, ao ficar-me ciente
Iguais à mim todos tinham escutado
Irritante som do incansável tu, tu, tu
                        

                           .******

Hoje, moderno, o fone de Graham Bell
Por pouco não liga a terra ao céu
Podendo evitar ações irracionais
Como aquela, que aqui me desculpo
Mas, quando entro nas redes sociais
Só ganho ká, ká, ká das moças do grupo

  • Autor: Elfrans Silva (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 9 de março de 2021 20:27
  • Comentário do autor sobre o poema: O Dia do Telefone é uma homenagem a data em que a invenção foi patenteada pelo seu desenvolvedor Alexander Graham Bell (1847 – 1922), em 10 de março de 1876.
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 46
Comentários +

Comentários4

  • CORASSIS

    Grande historiador Elias ,poemas bem trabalhados, elaborados com pesquisas.
    Parabéns amigo por nos presentear

    • Elfrans Silva

      Olá meu amigo poeta Corassis. Verdade. A história da invenção do telefone é muito bonita. Valeu a pena falar um minimo aqui. Abraço de coração.
      Boa quarta-feira

    • Helena Rodrigues

      Boa noite meu caro poeta
      Gostei da sua história do telefone
      E não deixe de rir com ela... Sabe meu caro amigo vou contar um segredo , em toda a minha vida eu nunca falei num orelhão... Desculpe a minha ignorância, mas eu nem sabia porque é que tinham cores diferentes ??? Bom mas fiquei a saber graças a si , gostei muito
      Grande abraço

      • Elfrans Silva

        Depois das fichas, por causa do vandalismo, foram criados os cartões magnéticos . Tudo partiu da invenção do telefone, claro. Interessante a história.
        Gratidão por comentar amiga poeta. Abraço. Bom dia

      • Shmuel

        Orelhão, hoje peça de museu. Em um passado não tão distante fazia uso desses objetos, que para os meus filhos soam pre- histórico.
        Bonita homenagem, Elfransilva!

        • Elfrans Silva

          Grande poeta Shimul. Passamos por tudo isso não é? Muitos escreviam frases e bobagens na proteção do aparelho em forma de capacete rsrs.
          Gratidão por comentar amigo. Abraço de coração

        • Maria dorta

          Cascavilhando a História,re- escreves nossa memória. Quanto já caminhamos,não é? No futuro próximo talvez a comunicação seja de cérebro a cérebro.Quem viver até lá Vera'! Bom poema com teu toque de mestre!

          • Elfrans Silva

            Aliás, o implante do chip no corpo já seria um passo pra isso. Não falam sobre comunicação por telepatia? Então . E isso já rende outro tema daqueles: O DIA DO PENSAMENTO VIA Chips kkkkk
            Obrigado poeta Maria Dorta. Legal seu comentário em versos. Abração



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