Deus, onde estás?

Ema Machado


Aviso de ausência de Ema Machado
NO


Deus, onde estás?

 

Virou-se um, vemos outro repleto de desenganos

Dias de pântanos, alagados de dores e pranto

A vida luta, muitos não atravessaram o ano

A morte os carrega, jaz a espera de outro tanto...

 

Ah! Deus, onde estás que não ouves!

Gritos, tornam-se eternas lamúrias

Ainda que passem dias, e vos louve

Sei, tamanhos são os pecados, constantes as falhas

 

Poucos te louvam, enquanto céticos, maldizem a sorte

Tanta vida lá fora, e agora, presos entre de paredes

Desistem, driblam os dias, indo a favor da morte

Falsos universos, mantêm suas redes

 

Ah, senhor! Pobres, mortais! Passam a vida sem saber

Antes mesmo de tê-la, pensam que sabem demais

Navegam à deriva, naufragam sem entender

Plantam tempestades, e só colherão ais...

 

Ainda assim, creio na misericórdia do Onipotente

Ah, Deus! Será, que ainda ouves o pobre?

Gritam por ti... És complacente, apressa-te!

Não nos deixe, a mercê da morte...

Ema Machado

 

 

 

 

  • Autor: Ema Machado (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 9 de março de 2021 19:15
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 13
Comentários +

Comentários2

  • Elfrans Silva

    Um apelo generalizado com muita esperança. Jesus fez uma oração semelhante. Mas teve que provar a morte.
    Assim deixou escrito: "Aquele que crê em mim, ainda que esteja morto, viverá"
    Continuar crendo nessa verdade é a nossa única chance.
    Boa noite poeta Emarilaine. Abraços

    • Ema Machado

      Gratidão, poeta! Grande abraço,

    • Shmuel

      Deus, onde estás! Não é uma ausência da crença. É um encontro com a realidade nua e crua de um mundo polarizado, pelo ódio, fome e a pandemia. O silêncio, o não retorno divino, reflete o medo do abandono da nossa fé.
      Grande poeta, Emarilaine!



    Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.