Perdoe-me a ausência enquanto ignoro...
Não ignore que a densidade me entorpece
Não presuma que eu tenha sentido seu afeto
Seja evidente em seu olhar, seja certo
Como um toque de dedos no ombro
A me abordar distraído...
Que seu olhar seja a carícia a me deslizar contornos
Seja já o abraço acalorado afetuoso
Seja um escândalo
A sussurrar-me aos ouvidos...
Que seu olhar seja seus braços e mãos a me tomarem o corpo
Para sentir meu gosto
E, sem distância, sentir o aceno do meu calor ofegante
Sem luz, sem olhar...
Ausente a luz, tateia-me a emoção...
Lance seu olhar magnético, se ainda distante
E em carícias me tange...
Carente luminar, ou fugaz lonjura do coração...
Encontra-me então em meu descompasso, no abraço
Sem o tempo... Sem o espaço...
Sem qualquer dimensão que linda a beleza da plenitude...
Fulgor de um pensamento intenso de amar
Que faz do firmamento um quintal de brincadeira
No universo faz-me onipresente companhia...
Perdoe-me a ausência enquanto ignoro...
Não ignore que a densidade me entorpece
- Autor: Hébron (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 12 de fevereiro de 2021 08:08
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 19
Comentários2
Podes te ausentar em outras esferas,mas aqui se presentificar para nos fazer degustar sua arte de poetar! Aplausos!
Maria Dorta, foram versos de um devaneio que o poeta não consegue conter...
Obrigado por estar aqui
Perdoamos a ausência, desde que, em cada retorno nos brindes com uma sublime poesia como esta. Só não demore muito, viu!
Obrigado, Ema!
Vou me esforçar em estar presente e inspirado.
Abraço
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