Hébron

Onipresente amor

 

 

Perdoe-me a ausência enquanto ignoro...

Não ignore que a densidade me entorpece   

 

Não presuma que eu tenha sentido seu afeto

Seja evidente em seu olhar, seja certo

Como um toque de dedos no ombro

A me abordar distraído...  

 

Que seu olhar seja a carícia a me deslizar contornos

Seja já o abraço acalorado afetuoso

Seja um escândalo

A sussurrar-me aos ouvidos...  

 

Que seu olhar seja seus braços e mãos a me tomarem o corpo

Para sentir meu gosto

E, sem distância, sentir o aceno do meu calor ofegante

Sem luz, sem olhar...  

 

Ausente a luz, tateia-me a emoção...

Lance seu olhar magnético, se ainda distante

E em carícias me tange...

Carente luminar, ou fugaz lonjura do coração...  

 

Encontra-me então em meu descompasso, no abraço

Sem o tempo... Sem o espaço...

Sem qualquer dimensão que linda a beleza da plenitude...  

 

Fulgor de um pensamento intenso de amar

Que faz do firmamento um quintal de brincadeira

No universo faz-me onipresente companhia...  

 

Perdoe-me a ausência enquanto ignoro...

Não ignore que a densidade me entorpece