NO
A MELHOR VERSÃO DE MIM
Da pureza de quando criança
à curiosidade da pré-adolescência
chegando à fase da adolescência rebelde:
vivencio hoje a melhor fase de mim aos quarenta de idade;
quando criança já trabalhava para ajudar os meus:
pré-adolescente continuei, mas também estudei,
com sacrifícios aqui e alí segui resistindo a todos os desafios,
das rebeldias adolescentes aos poucos me libertei;
foco nos estudos só depois dos vinte e oito,
mas dele para frente parece que “engatei
uma tal de quinta marcha” e nos estudos me empolguei
chegando até a me graduar, coisa que sempre desejei;
De tudo que vivi;
dos caminhos que caminhei;
de tudo que fugi;
das vidas que abandonei;
hoje vivencio a melhor versão de mim...
De aventuras;
de paixões;
de amores...
tantas imperfeições: hoje vivencio um eu romântico que jamais previ!
Aventuras coloridas;
paixões proibidas;
amores impossíveis...
tantas imperfeições: hoje entendo o TUDO que testemunhei de mim mesmo!
Tantos anos...
Quatro gerações já se completam e o desejo é conseguir resistir a mais uma que neste ano se inicia: fria; perigosa; quieta; silenciosa... expectativas mil...
Tantos anos...
Houve um tempo em que o meu sonho era ter apenas completados os meus dezoito anos e poder gritar para o mundo: “sou adulto!” — coitado de mim...
Hoje em dia prefiro calar-me e, apenas, observar os que desejam ter completados os seus dezoito anos para poderem também gritar: “sou livre!” — coitados deles quando descobrirem o tamanho do engano lhes vendido como “sonho” ... E eu, apenas a olhar, concluo que: enganam-se os que gritam tal coisa, pois, um dia também gritei, mas descobri que neste mundo ninguém é realmente livre. A liberdade é pura utopia!
Por isso, consigo afirmar que estou vivendo a melhor fase de mim mesmo: por entender os detalhes; perceber nas entrelinhas as tantas revelações que nos permitem uma vida, minimamente, "melhorzinha"...
Na melhor fase de mim mesmo entendi:
que a depressão é real;
que o sofrer ao extremo é real;
que o desejo de tirar a própria vida é real;
Porém, nesta mesma fase pude perceber:
que é possível vencer a depressão;
que o sofrer ao extremo é limitado à capacidade de superação pessoal;
que o desejo de tirar a própria vida é vencido pelo “conhecer o amor verdadeiro”;
Quatro gerações completadas com um prazer estranho em tudo que eu vivenciei: passado que fica guardado em uma mente cheia de idealizações e desejos, que mais parecem um abismo de possibilidades de felicidades e alegrias que apenas me aguardam alí na esquina das concretizações... poucas vezes consegui chegar na tal esquina... assim, sem rima, de coração aberto e liberto dos meus antigos eus, já não são mais meus...
Que venha, pois, a quinta geração:
descobri que estou pronto para ela
de corpo e alma contritos
e preparados para o porvir...
- Autor: CASAVERDE (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 11 de fevereiro de 2021 22:36
- Comentário do autor sobre o poema: Uma reflexão a respeito da minha trajetória ao completar quatro décadas de vida (um registro).
- Categoria: Reflexão
- Visualizações: 13
Comentários2
Parabéns poeta! Quem sabe ensina e ao ensinar aprende mais. Você foi pela vida aprendendo a ser mais! É é bom constatar que vale a pena amar mas sem nunca esquecer que o amor que nunca termina é nosso amor próprio. Chapéu!
Verdade: "o amor que nunca termina é nosso amor próprio". Obrigado pelo carinho, nobre Maria Dorta.
Você descreve bem a vida como ela é, e como conseguiu vencer os seus altos e baixos. Os bons momentos e o final feliz é que definem uma história bonita.. Parabéna pela sua e pelo belo texto.
Obrigado pelo carinho, nobre Cecilia: é sempre bom registrar os nossos momentos, e em formato de poema se torna ainda mais prazeroso.
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