Alexandre Silva

A MELHOR VERSÃO DE MIM

 

A MELHOR VERSÃO DE MIM

 

Da pureza de quando criança

à curiosidade da pré-adolescência

chegando à fase da adolescência rebelde:

vivencio hoje a melhor fase de mim aos quarenta de idade;

 

quando criança já trabalhava para ajudar os meus:

pré-adolescente continuei, mas também estudei,

com sacrifícios aqui e alí segui resistindo a todos os desafios,

das rebeldias adolescentes aos poucos me libertei;

 

foco nos estudos só depois dos vinte e oito,

mas dele para frente parece que “engatei

uma tal de quinta marcha” e nos estudos me empolguei

chegando até a me graduar, coisa que sempre desejei;

 

De tudo que vivi;

dos caminhos que caminhei;

de tudo que fugi;

das vidas que abandonei;

hoje vivencio a melhor versão de mim...

 

De aventuras;

de paixões;

de amores...

tantas imperfeições: hoje vivencio um eu romântico que jamais previ!

 

Aventuras coloridas;

paixões proibidas;

amores impossíveis...

tantas imperfeições: hoje entendo o TUDO que testemunhei de mim mesmo!

 

Tantos anos...

Quatro gerações já se completam e o desejo é conseguir resistir a mais uma que neste ano se inicia: fria; perigosa; quieta; silenciosa... expectativas mil...

 

Tantos anos...

Houve um tempo em que o meu sonho era ter apenas completados os meus dezoito anos e poder gritar para o mundo: “sou adulto!” — coitado de mim...

 

Hoje em dia prefiro calar-me e, apenas, observar os que desejam ter completados os seus dezoito anos para poderem também gritar: “sou livre!” — coitados deles quando descobrirem o tamanho do engano lhes vendido como “sonho” ... E eu, apenas a olhar, concluo que: enganam-se os que gritam tal coisa, pois, um dia também gritei, mas descobri que neste mundo ninguém é realmente livre. A liberdade é pura utopia!

 

Por isso, consigo afirmar que estou vivendo a melhor fase de mim mesmo: por entender os detalhes; perceber nas entrelinhas as tantas revelações que nos permitem uma vida, minimamente, \"melhorzinha\"...

 

Na melhor fase de mim mesmo entendi:

que a depressão é real;

que o sofrer ao extremo é real;

que o desejo de tirar a própria vida é real;

 

Porém, nesta mesma fase pude perceber:

que é possível vencer a depressão;

que o sofrer ao extremo é limitado à capacidade de superação pessoal;

que o desejo de tirar a própria vida é vencido pelo “conhecer o amor verdadeiro”;

 

Quatro gerações completadas com um prazer estranho em tudo que eu vivenciei: passado que fica guardado em uma mente cheia de idealizações e desejos, que mais parecem um abismo de possibilidades de felicidades e alegrias que apenas me aguardam alí na esquina das concretizações... poucas vezes consegui chegar na tal esquina... assim, sem rima, de coração aberto e liberto dos meus antigos eus, já não são mais meus...

 

Que venha, pois, a quinta geração:

descobri que estou pronto para ela

de corpo e alma contritos

e preparados para o porvir...