Árvore

Maria dorta

Na calçada  da rua,ela reinava

Tronco forte,a copa impressionava

Farta cabeleira exibia,Verde como a esperança. 

Não vi quando a plantaram,anos atrás. 

Sabia,era quase centenária,

era quem o verão chamava,com novas folhagens

e saborosos frutos doando,nada cobrando!

Com eles os pássaros se alimentavam.

À  noite,nos  ninhos,os abrigavam

Altarneira vivia,em sua sombra,de dia

alguns carros brincava com sua sombra.

Pouco espaço porém  sobrava

para expandir suas raízes

vivia pelo cimento sufocada.

Não reclamava. Existia calada.

Descontada o pouco espaço 

expandindo a roupagem Verde

e nela se esperava feito moca  faceira.

Sua beleza era um brinde,afago

para todos os que na rua passavam.

Hoje,a tarde vestiu luto:

Um bruto,ignorante,desavisado

Podou totalmente a árvore!

Pós por terra sua  bela cabeleira

A Árvore  que era a alma da rua,

seus galhos amontoados por terra jaziam

SÓ  ficou o tronco nu',derramando lágrimas- seiva 

chorando,como meus olhos,estupefactos

diante da macabra visão!

Não há  explicação plausível 

Nenhuma desculpa admissível!

Para esse ato insensível de imolar um ser vivo

Tão  necessário  a' vida é à  Natureza.

Há homens insensatos e sem grandeza.

Maria Dorta  10_02_2021

  • Autor: Maria dorta (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 10 de fevereiro de 2021 00:41
  • Comentário do autor sobre o poema: Exercício de indignação.
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 16
Comentários +

Comentários6

  • Shmuel

    Um poema que soa como grito. Lindo e sensível, Maria Dorta.

    Bom dia!

  • Maria dorta

    Bom dia,amigo. Grata pela leitura.

  • Cecilia

    Gostei muito ! Mesmo quando, nas cidades, grandes árvores precisam ser podadas, seus troncos nus nos machucam o coração.
    Abraço

  • Maria dorta

    Bem vinda poetisa a meu modesto espaço .Grata pela leitura e comentário. Um abraço.

  • lucita

    Nós, seres humanos, temos infelizmente esses lampejos de brincar de donos de tudo, e fazermos sofrer a natureza cujo dono é Deus e não nós!
    Valeu a reflexão, que pena que poucos dão importância à natureza.

  • Maria dorta

    Verdade é não vivemos sem elas,as árvores. Grata pela leitura!



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