Na calçada da rua,ela reinava
Tronco forte,a copa impressionava
Farta cabeleira exibia,Verde como a esperança.
Não vi quando a plantaram,anos atrás.
Sabia,era quase centenária,
era quem o verão chamava,com novas folhagens
e saborosos frutos doando,nada cobrando!
Com eles os pássaros se alimentavam.
À noite,nos ninhos,os abrigavam
Altarneira vivia,em sua sombra,de dia
alguns carros brincava com sua sombra.
Pouco espaço porém sobrava
para expandir suas raízes
vivia pelo cimento sufocada.
Não reclamava. Existia calada.
Descontada o pouco espaço
expandindo a roupagem Verde
e nela se esperava feito moca faceira.
Sua beleza era um brinde,afago
para todos os que na rua passavam.
Hoje,a tarde vestiu luto:
Um bruto,ignorante,desavisado
Podou totalmente a árvore!
Pós por terra sua bela cabeleira
A Árvore que era a alma da rua,
seus galhos amontoados por terra jaziam
SÓ ficou o tronco nu\',derramando lágrimas- seiva
chorando,como meus olhos,estupefactos
diante da macabra visão!
Não há explicação plausível
Nenhuma desculpa admissível!
Para esse ato insensível de imolar um ser vivo
Tão necessário a\' vida é à Natureza.
Há homens insensatos e sem grandeza.
Maria Dorta 10_02_2021